O líder do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, disse em vídeos publicados no Telegram que seus homens vão se retirar na próxima semana de Bakhmut, cidade no oblast de Donetsk que desde o final do ano passado é o principal palco da guerra deflagrada pela Rússia contra a Ucrânia. O Wagner é a principal força de assalto russa nessa batalha.
“Declaro em nome dos combatentes do Wagner, em nome do comando do Wagner, que em 10 de maio de 2023 seremos obrigados a transferir as posições no assentamento de Bakhmut para unidades do Ministério da Defesa e retirar os remanescentes do Wagner para campos de logística para lamber nossas feridas”, afirmou Prigozhin.
Aliado do presidente Vladimir Putin, o líder do Wagner disse que a decisão foi tomada porque o efetivo do grupo paramilitar está ficando sem munição.
Em um dos vídeos, Prigozhin mostrou vários cadáveres que disse serem de combatentes do Wagner e xingou o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, e o chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov.
“Shoigu! Gerasimov! Onde está a m* da munição?”, afirmou, aos gritos. Prigozhin alegou que Shoigu e Gerasimov seriam responsáveis por “dezenas de milhares de mortos e feridos” entre integrantes do Wagner.
“Esses são os pais de alguém e os filhos de alguém. E vocês, filhos da p* que não estão nos dando munição, seus desgraçados, terão suas tripas comidas no inferno!”, gritou. O Kremlin e o Ministério da Defesa russo não comentaram os vídeos.
Nesta semana, os Estados Unidos estimaram que 20 mil soldados russos morreram na Ucrânia desde dezembro do ano passado, metade dos quais seriam mercenários do Wagner.
Os EUA denunciaram meses atrás que o Wagner está recrutando prisioneiros de prisões russas, incluindo alguns que têm doenças graves ou outros problemas de saúde e que morrem com maior facilidade no campo de batalha.