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O assassinato de um líder ecumênico às vésperas da primeira importante viagem internacional de Bento XVI como Papa chocou a Europa e o próprio Pontífice. O irmão Roger Shutz, de 90 anos, protestante, foi um dos principais líderes do movimento ecumênico no século XX. Ele era fundador da comunidade ecumênica Taizé, no Centro-Oeste na França, e um símbolo para muitos jovens cristãos no continente. Shutz foi morto a navalhadas, na Igreja da Reconciliação, diante de 2.500 fiéis, na noite de terça-feira. Foram três golpes. A lâmina alcançou a carótida, e ele morreu na hora.

Uma romena de 36 anos confessou o crime, mas disse que não pretendia matá-lo. Para alcançar o religioso, ela infiltrou-se pelo coral da igreja. A romena chegara a Taizé dois dias antes do ataque e já estivera lá em junho. A navalha usada no atentado foi comprada na segunda-feira, um sinal de premeditação.

A mulher, que foi imediatamente presa, disse que queria apenas falar com o irmão Roger, mas não conseguia porque "havia gente demais". Então, afirma ela, resolveu "chamar sua atenção". O procurador regional disse que, à primeira vista, a mulher parece ter um desequilíbrio mental.

O Papa Bento XVI, que viaja nesta quinta-feira para a Alemanha, onde participa da 20º Jornada Mundial da Juventude, encabeçou o coro de líderes políticos e religiosos chocados com o crime. Falando de improviso durante a audiência pública semanal, em sua residência de verão ao sul de Roma, ele classificou o assassinato de "uma notícia aterrorizante".

O presidente da França, Jacques Chirac, disse que a morte do religioso era trágica e chocante.

- Em toda sua vida, esse homem de fé teve uma mensagem de paz e diálogo. Para nós e especialmente para os jovens, ele vai continuar sendo um dos mais marcantes servos dos valores do respeito e da tolerância, que são a fundação das comunidades humanas - disse o presidente.

- Nada pode explicar esse ato terrível e covarde. Esse era um homem de paz que foi morto em Taizé, no coração da comunidade que ele fundou - disse o ministro do Interior da França, Nicolas Sarkozy.

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