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Líbios protestam contra a transformação do país em Estado federal | Esam Al-Fetori/Reuters
Líbios protestam contra a transformação do país em Estado federal| Foto: Esam Al-Fetori/Reuters

O presidente do Conselho Na­­cional de Transição (CNT) da Líbia, Mustafah Abdel Jalil, ameaçou ontem recorrer à força para impedir a autonomia do Leste do país, proclamada na véspera por vários chefes de tribos e milícias.

"Não estamos preparados para uma divisão da Líbia", disse Abdel Jalil, em declarações à televisão feitas de Misrata (210 km a leste de Trípoli).

Abdel Jalil convocou ao diálogo seus "irmãos" desta região chamada Cirenaica, mas, ao mesmo tempo, lançou uma advertência. "Devem saber que ‘infiltrados’ e ‘restos’ do regime de Kadafi tentam usá-los e que estamos decididos a dissuadi-los, inclusive através da força", declarou Abdel Jalil.

Chefes de várias tribos e milícias do leste da Líbia declararam terça-feira a autonomia desta re­­gião petroleira, pronunciando-se a favor de um sistema federal.

Abdel Jalil foi a Misrata para anunciar a conclusão da redação de uma Carta Nacional que, se­­gundo ele, servirá de modelo pa­­ra a futura Constituição.

A Carta cria as bases de uma democracia parlamentar com um sistema administrativo descentralizado e promete uma gestão transparente das administrações locais.

Em comunicado conjunto, os chefes tribais anunciaram a eleição de Ahmed Zubair co­­mo chefe da Cirenaica, região marginalizada durante os 42 anos do reinado do coronel Muamar Kadafi.

Três quartos da riqueza pe­­troleira da Líbia concentram-se em Cirenaica, segundo Arish Sayid, responsável pela Arabian Oil Company em Ben­­ghazi.

A Líbia estava antes dividida em três regiões administrativas: Cirenaica (leste), Tripo­­litana (oeste) e Fezzane (sul). O sistema federal foi suprimido em 1963.

Os defensores de um retorno ao federalismo afirmam que tal sistema tiraria o leste da marginalização sofrida du­­rante décadas, enquanto que seus críticos temem que esta iniciativa favoreça a divisão e bloqueie a reconciliação em um país que sai de um conflito sangrento.

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