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Intolerância

Líder líbio pede a seguidores que matem inimigos do regime

O líder líbio, Muammar Kadafi, celebrou na quinta-feira o 37º aniversário do golpe que o levou ao poder, pedindo a seus seguidores que "matem os inimigos" que pedirem mudanças políticas.

O radical comentário, feito pela TV, contradiz as recentes esperanças de reformas no país norte-africano, de 5 milhões de habitantes. Dissidentes no exterior torciam para que Kadafi aproveitasse o discurso de quinta-feira para sinalizar mudanças.

Seu influente filho Saif al-Islam disse recentemente que o país vivia um impasse político e precisava de reformas para se livrar do que ele chamou de "máfia líbia", que estaria monopolizando o poder e as riquezas.

Mas Kadafi disse que quem prega reformas políticas considera o povo líbio "ignorante e imaturo".

"Graças a Deus, nossa revolução venceu, e todo o mundo aceita o nosso projeto revolucionário, pois ele beneficia todos os povos do mundo", afirmou. "Nossos inimigos foram esmagados dentro da Líbia, e vocês precisam estar prontos para matá-los se ressurgirem", acrescentou.

"Nosso rumo político é o correto, pois garante liberdade para todo o povo, soberania, poder e riqueza para todo o povo", disse o dirigente, referindo-se ao sistema de "jamahiriya" (democracia direta), que se contrapõe à democracia liberal em estilo ocidental e proíbe a criação de partidos de oposição.

Nos últimos discursos, Kadafi vinha criticando duramente o desempenho econômico e social do país. Desta vez, sua fala parece destinada a animar seus seguidores.

"Se o inimigo aparecer, vocês devem acabar com ele, porque o inimigo aparece para exterminá-los. Não podemos tolerar que o inimigo prejudique o poder do povo e da revolução", disse ele.

O dirigente também sugeriu que a população "reserve dinheiro para tornar ricos os 1,1 milhão de líbios relativamente pobres."

Ele propôs que os pobres do país criem empresas de petróleo para substituírem as multinacionais no país. "As empresas estrangeiras de serviços ganham milhões trabalhando na Líbia. Por que não ganhamos esses milhões que atualmente vão para os estrangeiros?", provocou.

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