Dez missionários batistas norte-americanos foram acusados formalmente por sequestro no Haiti, após tentarem sair do país com 33 crianças sem documentos O advogado deles, Edwin Coq, disse na quinta-feira que a líder do grupo, Laura Silsby, é a culpada pela conduta ilegal. A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse nesta sexta-feira que o assunto deverá ser resolvido pelo sistema judiciário do Haiti.

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"Nós continuaremos a dar apoio, como fazemos em qualquer situação como essa, a cidadãos americanos que foram acusados no exterior. Mas é algo que uma nação soberana investiga, baseada nas provas apresentadas", disse Hillary.

Segundo Coq, Laura sabia que o grupo não poderia retirar as crianças do país sem documentos. O advogado garantiu que os outros missionários acabaram sendo responsabilizados por ações que não entendiam.

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"Eu farei tudo que puder para tirar os nove (da prisão). Eles foram simplórios. Eles não tinham ideia do que se passava e não sabiam que precisavam de documentos oficiais para cruzar a fronteira. Mas Silsby não", afirmou o advogado, na quinta-feira. A líder do grupo não fez comentários após a acusação.

Os missionários, em sua maioria ligados a duas igrejas de Idaho, disseram que estavam resgatando crianças órfãs após o violento terremoto do dia 12, no Haiti. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 380 mil menores de idade estão passando necessidade no país. Mas pelo menos dois terços das crianças envolvidas no caso, com idades entre 2 e 12 anos, tinham pais. Alguns desses pais, porém, disseram que entregaram os filhos aos missionários, após receberem promessas de que as crianças teriam uma vida melhor.

Coq disse que, de acordo com o sistema judiciário do Haiti, não haverá um julgamento aberto ao público, mas um juiz irá analisar as provas. O veredicto poderá demorar três meses, afirmou.

O cônsul da República Dominicana no Haiti, Carlos Castillo, disse à Associated Press na quinta-feira que no dia em que os americanos partiram com as crianças para a fronteira, Silsby o visitou e disse que tinha um documento de funcionários da imigração dominicana que a autorizava a tirar as crianças do Haiti.

Castillo disse que alertou a Silsby que se ela não tivesse papéis de adoção das crianças, assinados por funcionários haitianos, a missão seria considerada tráfico de crianças. "Nós fomos bem específicos sobre isso", ele disse.

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