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América Latina

Líder na corrida presidencial peruana nega ser antiamericano

O candidato nacionalista Ollanta Humala, líder nas pesquisas para a eleição presidencial peruana de 9 de abril, disse nesta sexta-feira que não é antiamericano, e sim que defende mudanças que beneficiem o povo, mesmo que isso preocupe as elites.

Humala defende uma maior intervenção estatal na economia e promete abandonar as atuais políticas neoliberais do atual governo para ajudar mais os pobres.

- O povo está esperando mudança, está desesperado - disse ele. - A divisão neste país não é de direita versus esquerda, mas da poderosa elite empresarial contra o resto - acrescentou.

Pesquisa da Universidade Católica de Lima, divulgada nesta sexta-feira, mostrou Humala na liderança da corrida, com 31%, quatro pontos à frente da advogada Lourdes Flores, de centro-direita. Numa simulação de segundo turno, porém, Flores vence Humala.

- Temos que estar conscientes das pessoas que não têm nada - afirmou Humala, cujo maior apoio vem do eleitorado pobre e rural, que se sente alienado do crescimento econômico peruano. - Os políticos têm que perceber que o país é muito mais do que só Lima - emendou o candidato.

O ex-oficial do Exército é muitas vezes comparado a outro ex-militar, Hugo Chávez, o presidente esquerdista da Venezuela, que já manifestou seu apoio a Humala.

Se eleito, Humala pretende abandonar o tratado de livre-comércio em negociação com os EUA e incentivar a industrialização da folha da coca, matéria-prima da cocaína, para produtos médicos e outros fins legais.

Washington defende a erradicação da coca e gastou centenas de milhões de dólares nessa tarefa no Peru, segundo maior produtor mundial de cocaína.

Humala defende que o Peru, e não empresas estrangeiras, controlem bens fundamentais do país. Mas diz não ser contra os EUA nem qualquer país:

- Não somos anti-Estados Unidos, não somos anti-Chile, não somos anti-Bolívia. Não somos anti.

O candidato quer uma nova Constituição, mas já descarta qualquer emenda em favor da reeleição:

- Temos uma Constituição espúria. Eu proporia uma Assembléia Constituinte para escrever uma nova.

A perspectiva de vitória de Humala preocupa alguns investidores, mas ele afirma não ter problemas com as empresas, desde que beneficiem os peruanos. Por isso, promete cobrar dólares de companhias estrangeiras, para que "compartilhem os recursos com os pobres".

Desde o ano passado, o importante setor minerador do Peru é taxado com royalties sobre suas vendas, mas 27 empresas e minas têm acordos tributários de longo prazo que os isentam do pagamento até 2018, em alguns casos.

Humala diz que esses acordos precisam ser revistos, assim como os contratos de todas as empresas estrangeiras que operam no Peru:

- Todas as mineradoras terão que pagar royalties. Nossa pátria não está à venda.

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