No mundo da política, Kim Jong-il (1942-2011), líder da Coreia do Norte, morto no dia 17 de dezembro, ficou conhecido como um déspota e um antagonista nuclear. Entretanto, no mundo dos esportes, ele talvez tenha sido o único sujeito a usar sapatos de plataforma, cultivar um penteado bufante, e portar a inscrição "Querido Líder" no seu uniforme de boliche.
De acordo com a imprensa estatal, na sua primeira partida em Pyongyang Lanes, Kim marcou um 300 perfeito (pontuação máxima no esporte). Porém, isso não se compara aos cinco aces e aos 38 birdies que ele sabidamente haveria marcado durante a sua partida inaugural de golfe. Ainda que não tenha ficado claro se o campo de golfe possuía um moinho de vento, uma cabeça de leão e um esquilo brincalhão.
É claro que num país fechado como a Coreia do Norte, fica difícil estabelecer o que é realidade e o que é ficção. Algumas narrativas afirmam que Kim teria feito 11 em vez de 5 aces.
O culto à personalidade de Kim influenciou tanto o esporte quanto a política na Coreia do Norte. Em 1999, quando Jong Song Ok, corredora norte-coreana, venceu a maratona feminina do campeonato mundial de atletismo em Sevilha, na Espanha, ela disse aos repórteres: "Eu tinha a imagem do nosso líder em minha mente e isso me inspirou".
Até a morte de Kim, Dick Pound, membro do Comitê Olímpico Internacional de Montreal, afirmou desconhecer os talentos esportivos do Querido Líder. Ele disse que apenas conhecia Kim como um homem internacional de mistérios que amava o cinema, havendo sequestrado uma atriz sul-coreana dos EUA, e cujo humor era capaz de mudar o tempo.
Sabia-se que Kim foi um grande fã do basquete. Rick Santorum, o candidato à presidência pelo Partido Republicano e ex-senador pela Pensilvânia, disse uma vez que a Coreia do Norte representava uma ameaça muito menor do que o Irã porque Kim "não quer morrer; ele quer assistir aos jogos de basquete da NBA".
Em 2009, o Washington Post esmiuçou a educação suíça recebida por Kim Jong-un, filho e sucessor de Kim no poder, que o jornal afirmou ter pouco interesse pela política quando jovem, preferindo "passar horas fazendo meticulosos desenhos a lápis" de Michael Jordan.
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