O líder dos governadores de oposição da Bolívia disse que espera alcançar no domingo (5) um acordo com o governo para colocar fim à crise política provocada pela rejeição de várias regiões aos planos socialistas do presidente Evo Morales.
O governador do distrito de Santa Cruz, Rubén Costas, admitiu, no entanto, que é possível uma ruptura no diálogo nacional instalado há quase duas semanas, depois de quase um mês de violentos protestos opositores que deixaram dezenas de mortos.
"No próximo domingo, temos que ter fumaça branca, esse é o objetivo; o objetivo é chegar a um consenso de verdade", disse nesta segunda-feira (29) o governador, que lidera outros três departamentos que exigem autonomias com amplos poderes em troca do apoio a uma nova Constituição impulsionada por Morales.
Costas fez referência ao tema uma dia depois de se reunir com Morales, no primeiro encontro direto entre ambos em quase três anos de gestão do presidente indígena, que apesar de sua grande popularidade, não tem conseguido superar o bloqueio político das regiões autonomistas controladas pela direita.
O governador de Santa Cruz classificou como cordial e respeitoso seu encontro com Morales em La Paz e disse confiar que um acordo sobre as autonomias e sobre a mudança constitucional tornaria desnecessários os protestos convocados a partir do dia 13 de outubro por sindicatos e organizações sociais governistas.
No fim de semana deverá ser realizado um encontro definitivo entre Morales e os nove governadores - os três autonomistas de oposição, cinco governistas e uma de posição neutra. No diálogo também estarão presentes observadores internacionais.
Espera-se que sejam concluídos os trabalhos de duas comissões técnicas que buscam acordos sobre as autonomias, sobre a nova Constituição e a polêmica distribuição de um imposto petroleiro, que Morales destinou em parte para financiar uma renda universal para os idosos.
"Vi bastante vontade no presidente Morales, para chegar aos extremos com os recursos, os esforços, para poder buscar esse acordo nacional que estamos tentando", disse Costas, em contraste com ataques anteriores ao governante.
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