O presidente deposto do Quirguistão, Kurmanbek Bakiyev, disse hoje, no exílio na Bielo-Rússia, que não pretende voltar à sua terra natal como líder, mas que sua renúncia é inválida porque as autoridades não cumpriram a promessa de proteger sua família.
Bakiyev foi deposto, no último dia 7, num levante que deixou 85 pessoas mortas na capital quirguiz. Na semana passada, ele foi para o vizinho Casaquistão e chegou à capital bielo-russa no início desta semana, onde permanece.
Bakiyev afirmou que sua renúncia, assinada antes de deixar o Quirguistão, não é válida porque as autoridades interinas não cumpriram a promessa de proteger seus parentes. "Eu não pretendo voltar ao Quirguistão como presidente", disse ele em Minsk, acrescentando que "o outro lado não cumpriu as condições. Eles garantiram a segurança de minha família, mas minha família está sendo perseguida, consequentemente eu não reconheço minha renúncia".
Enquanto estava em seu reduto eleitoral, no sul do Quirguistão, para onde foi após o levante em Bishkek, Bakiyev disse que o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, afirmou que ele não seria responsabilizado pela violência da revolta, mas seria enviado ao tribunal se tentasse reagrupar e reclamar o poder com ajuda de militares. "Havia a ameaça a mim e aos meus parentes e a ameaça de guerra civil", disse Bakiyev. "Então, apresentei minha renúncia e deixei o país."
O líder quirguiz afirmou que um de seus irmãos foi sequestrado e que as autoridades estão tentando processar outros integrantes de sua família que permaneceram no Quirguistão. Alguns dos parentes próximos do presidente deposto foram para o Casaquistão mas as autoridades quirguizes esperam que eles sejam deportados. O governo interino do Quirguistão acusa o irmão de Bakiyev, Zhanybek, que era o chefe da guarda presidencial, de emitir a ordem para atirar contra manifestantes em Bishkek.
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