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Na foto, Denis Pushilin, o chefe da autoproclamada república popular de Donetsk | REUTERS/Maxim Zmeyev
Na foto, Denis Pushilin, o chefe da autoproclamada república popular de Donetsk| Foto: REUTERS/Maxim Zmeyev

O chefe da autoproclamada república popular de Donetsk, Denis Pushilin, criticou neste sábado (5) o presidente da Rússia, Vladimir Putin, por ter renunciado a uma possível intervenção de suas tropas no sudeste da Ucrânia, ou seja, por não ter dado o apoio esperado aos separatistas.

"Que dizer. Deram-nos esperanças e depois nos abandonaram. Foram muito bonitas as palavras de Putin sobre a defesa do povo russo de 'Novorossia' (como se denominam os separatistas), mas só foram palavras", lamentou Pushilin através de uma mensagem via Twitter.

O líder pró-russo também pediu perdão aos habitantes de Slaviansk, que se renderam neste sábado (5) às forças ucranianas depois de mais de dois meses de combates ininterruptos que deixaram vários mortos e estragos na cidade, até então considerada um símbolo da sublevação contra o governo de Kiev.

"Slaviansk foi entregue. Cidadãos de Slaviansk, sentimos por não termos lhes defendido", escreveu Pushilin.

Nesta madrugada, os insurgentes pró-russos que estavam há quase três meses entrincheirados em Slaviansk entregaram a cidade às forças de Kiev e, após romper o cerco dos militares ucranianos, se dirigiram em direção ao sul, às vizinhas Kramatorsk, Gorlovka, Yenakievo e Donetsk, capital da região.

Em meados de abril, cinco dias depois dos separatistas terem tomado Slaviansk, mas antes dos combates entre os dois lados, Putin advertiu Kiev sobre um eventual envio de tropas ao leste da Ucrânia caso os direitos dos russos e dos russoparlantes não fossem respeitado.

O Senado russo outorgou ao presidente a possibilidade de usar as Forças Armadas na Ucrânia, e Putin, menos de quatro dias depois de o governo ucraniano ter iniciado uma operação antiterrorista para recuperar o controle das regiões de Donetsk e Lugansk, manifestou sua esperança em não ter que exercer esse direito.

Na ocasião, com o referendo de autodeterminação de Donetsk e Lugansk ainda a se realizar, o chefe do Kremlin disse: "Devemos fazer de tudo para ajudar essa gente defender seus direitos e decidir por si mesma seu destino. Por isso, vamos lutar".

Putin também lembrou que seis regiões do sudeste da Ucrânia (Kharkiv, Donetsk, Lugansk, Jerson, Odessa e Nikolayevsk) pertenciam ao império czarista sob o nome de "Novorossia", localizações que na década de 20 foram cedidas à Ucrânia pelas autoridades soviéticas.

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