Lula ao lado do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, acusado de envolvimento na execução de milhares de prisioneiros no país| Foto: Ricardo Stuckert/PR
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O líder supremo da República Islâmica do Irã, Ali Khamenei, afirmou nesta quarta-feira (30) que a entrada do país no Brics (antes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) é um "sucesso".

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A partir da última cúpula do grupo de economias emergentes, realizada neste mês em Johanesburgo, seis novos países se tornaram membros: Argentina, Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Egito e Etiópia.

“A adesão em pouco tempo a dois importantes grupos internacionais (#Brics e #Xangai) é um sucesso positivo que reflete a situação do nosso país”, disse na rede social X (ex-Twitter).

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Khamenei afirmou que o bom momento do país é tão perceptível que “os fundadores destes grupos querem, em alguns casos com veemência, que o Irã faça parte deles”.

O líder elogiou a política do governo do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, de “estabelecer laços numerosos e diversos com diferentes países e continentes”, além de “resolver disputas com os vizinhos”.

O autoritário país persa espera que a adesão ao "clube" de economias emergentes, juntamente com a adesão no ano passado à Organização de Cooperação de Xangai, o ajude a lidar com as sanções dos EUA, que estão minando sua economia, e com o seu isolamento internacional.

Neste sentido, Khamenei afirmou que o “objetivo da maioria das sanções é tomar como reféns os meios de subsistência das pessoas” e por isso apelou à sua neutralização. “Durante a negociação, as sanções devem ser neutralizadas”, afirmou.

O líder religioso se referiu às negociações do Irã com Alemanha, França, Reino Unido, Rússia, China e, indiretamente, os Estados Unidos, para relançar o acordo nuclear de 2015, abandonado em 2018 pelo então presidente americano Donald Trump.

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Essas negociações estão paralisadas e não há sinais de restauração do pacto que limitou o programa nuclear do Irã em troca do levantamento das sanções.

Ainda ontem (28), o presidente iraniano foi contundente ao afirmar que o seu país não vai esperar pelos “sorrisos” dos Estados Unidos e de alguns países europeus e destacou que o Ocidente não conseguiu isolar Teerã.

Os analistas consultados pela agência de notícias EFE consideraram que, embora a entrada nos Brics alivie o isolamento internacional sofrido pelo Irã, não ajudará no curto prazo a melhorar a economia do país, atingido por uma inflação elevada e um rial (moeda local) que se desvaloriza continuamente.

De acordo com um ranking da revista inglesa The Economist, que avalia se os países seguem o regime democrático de governo, somente a Argentina é considerada uma democracia entre os novos membros do Brics. Dos atuais, Rússia e China também entram na lista de autoritarismo.

Com isso, uma maioria de países ditatoriais participam do grupo de economias emergentes. (Com informações da Agência EFE)

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