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O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, está profundamente preocupado com a possibilidade de infiltração de agentes israelenses nas altas esferas do regime iraniano.
A preocupação de Khamenei foi intensificada após a eliminação de Hassan Nasrallah, então líder do grupo terrorista Hezbollah, em um ataque israelense realizado no sul de Beirute, no Líbano, segundo fontes iranianas ouvidas pela Reuters, que divulgou uma reportagem sobre este assunto nesta quarta-feira (2).
Segundo a Reuters, Khamenei teria alertado Nasrallah sobre o risco de infiltração de agentes de Israel no Líbano e sobre um possível ataque dos israelenses que poderia culminar em sua morte, chegando a pedir que ele deixasse o Líbano e se refugiasse no Irã antes do ataque em Beirute. Contudo, Nasrallah, ao que tudo indica confiante na segurança de sua rede interna, acabou não aceitando o convite e foi morto durante o bombardeio israelense ocorrido no dia 27 de setembro. No ataque, também morreu o general iraniano Abbas Nilforoushan, comandante da Guarda Revolucionária, que estava com Nasrallah no momento e era um homem de confiança de Khamenei. Segundo a Reuters, foi Nilforoushan quem entregou o alerta de Khamenei a Nasrallah.
Após a morte do líder terrorista libanês, o regime iraniano intensificou suas investigações sobre a possível infiltração de espiões israelenses dentro de suas próprias fileiras, especialmente na Guarda Revolucionária, levantando suspeitas especialmente sobre membros da Guarda que mantêm contatos e família no exterior. Khamenei também autorizou pessoalmente os ataques com mísseis contra Israel em resposta a morte de Nasrallah.
"A confiança que mantinha tudo unido desapareceu", disse um oficial iraniano ouvido pela Reuters. Outra fonte disse à agência que o líder supremo do regime islâmico "não confia mais em ninguém". De acordo com a Reuters, várias prisões já foram realizadas em Teerã, com foco em indivíduos suspeitos de colaborarem com Israel. Khamenei, segundo informações, estava refugiado em um local "seguro" dentro do Irã nos últimos dias, especialmente nesta terça-feira (1º), quando ocorreu os ataques contra Israel.
Com a morte de Nasrallah, o Hezbollah tem enfrentado uma crise de liderança, disse a Reuters. A organização ainda não nomeou oficialmente um sucessor, apesar de fontes já terem mencionados alguns novos nomes, temendo que qualquer novo líder possa se tornar um alvo imediato de Israel. A eliminação do líder terrorista por Israel representou um duro golpe para o Irã, que, neste momento, vê enfraquecida sua principal força militar na fronteira com Israel.