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Manifestantes pedem liberdade aos palestinos,em Santiago, Chile | Martin Bernetti/AFP
Manifestantes pedem liberdade aos palestinos,em Santiago, Chile| Foto: Martin Bernetti/AFP

Expectativa

Em Israel, brasileiros se mostram cautelosos diante do cessar-fogo

Apesar de aliviados com o cessar-fogo que interrompeu o lançamento dos foguetes palestinos – que atingiram pela primeira vez em 21 anos a região central de Israel – brasileiros que vivem no país ainda se mostram cautelosos em relação à trégua, que começou a valer na noite de quarta-feira. O dia amanheceu mais calmo em Rishon LeZion, onde moram a executiva Michele Goldenfeld, 38 anos, e o médico Rafael Coslovsky, 67 anos.

"Não há a certeza de que todas as facções que existem na Faixa de Gaza vão respeitar o cessar-fogo, já que muitas não seguem as orientações do Hamas", ressalta Coslovsky, que mora há 37 anos em Israel.

No auge do conflito que opôs Israel e Gaza por oito dias, um dos mais conhecidos membros do partido moderado Fatah, Jibril Rajoub, anunciou o fim da briga entre facções internas em prol da união nacional. Não é a primeira vez que o Fatah (que controla a Cisjordânia) e o Hamas (que governa Gaza desde 2007) prometem parar de brigar. Mas, dessa vez, é o partido moderado, liderado pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que está sob pressão diante do aumento da popularidade do Hamas.

Um exemplo disso foi a postura de policiais da ANP nas manifestações populares contra Israel, onde foram vistas muito mais bandeiras verdes, do Hamas, do que amarelas, do Fatah. Em outras épocas, simpatizantes do Hamas na Cisjordânia seriam detidos na hora. Mas muitos palestinos consideram que o Hamas demonstrou força contra Israel ao disparar mísseis contra Tel Aviv e Jerusalém e ao fazer exigências para negociar um cessar-fogo.

Enquanto isso, Abbas parece patinar nas promessas de criação de um Estado palestino que viva lado a lado com Israel. O conflito em Gaza tem ofuscado sua iniciativa na ONU para o reconhecimento da Palestina como observador não membro, no dia 29 de novembro.

Para Ghassam Khatib, ex-ministro do Planejamento do Fatah, o Hamas tende a sair fortalecido na opinião pública palestina, que passará a apoiar mais a resistência ou luta armada contra Israel.

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