O comércio é a chave para o crescimento econômico, afirmaram os líderes dos países do Fórum para a Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (APEC) na cúpula iniciada neste sábado na cidade portuária russa de Vladivostok, ofuscada pelas disputas territoriais de alguns de seus membros.
O presidente russo Vladimir Putin, cujo país sedia pela primeira vez uma cúpula da APEC, inaugurou o encontro com um pedido de supressão das barreiras que dificultam o livre comércio.
"A unidade e a supressão de barreiras contribui para dinamizar o desenvolvimento de toda a região da Ásia-Pacífico e a economia mundial em geral. É importante construir pontes, não muros", disse Putin.
"O diálogo e a cooperação são a melhor maneira de avançar", declarou o presidente mexicano, Felipe Calderón, que preside atualmente o G20 das principais economias avançadas e emergentes do planeta, muitas delas presentes também neste fórum.
"A principal mensagem que precisamos enfatizar é que, para superar esta crise, o que o mundo necessita hoje em dia, é mais comércio, não menos", disse Calderón, que considera que seria "muito importante que as economias da APEC pudessem mandar uma mensagem forte a favor do comércio nesta cúpula".
O impacto que a crise da dívida na Europa está tendo para as economias asiáticas, em particular para a China, motor do crescimento e das exportações nesta região, preocupa os presidentes.
"Desde que nos reunimos pela última vez (em Honolulu, Estados Unidos, no ano passado), a economia mundial continuou enfrentando numerosos desafios e corre o risco de continuar piorando", diz o esboço da declaração que deve ser aprovada no domingo.
"Os mercados financeiros continuam fragilizados, enquanto os altos déficits públicos e as dívidas em algumas economias desenvolvidas estão criando fortes turbulências para a recuperação da economia mundial".
Os líderes também alertam contra o aumento do protecionismo e pedem que seja limitada a "criação de novos obstáculos ao investimento e ao comércio de bens e serviços".
O grupo dos 21 países membros da APEC, entre eles Chile, México e Peru, responde por 57% do PIB mundial, 48% do comércio internacional, mais de 40% dos investimentos externos diretos e cerca de 40% da população.
A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que substitui o presidente Barack Obama, ausente por questões eleitorais, afirmou que os Estados Unidos estão decididos a aumentar sua presença econômica e política na região.
"Depois de um longo período em que os Estados Unidos concentraram boa parte de sua atenção e recursos em outras regiões e conflitos, agora estamos aumentando substancialmente os investimentos na Ásia-Pacífico", disse.
"Buscamos trabalhar com os outros para construir uma ordem regional estável e justa que beneficie a todos", disse.
As disputas territoriais no mar da China Meridional estão ofuscando as relações entre muitos de seus sócios.
O presidente chinês, Hu Jintao, fez um pedido de paz e estabilidade na região, onde o crescente poderio econômico e militar da China agrava os temores entre seus vizinhos.
China, Japão, Vietnã, Brunei, Malásia, Filipinas e Taiwan também têm suas reivindicações no mar da China Meridional, que esconderia ricas reservas de petróleo e gás.
Apesar deste discurso a favor da paz e da estabilidade de Hu, nada indica que a segunda economia mundial tenha renunciado a suas reivindicações de soberania nessas águas.
Este sábado, a chancelaria chinesa alertou o Japão que não revisará sua posição em relação à disputa territorial que mantém sobre um arquipélago controlado por Tóquio no mar da China Meridional, conhecido como Senkaku em japonês e Diaoyu em chinês.
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