O porta-voz dos líderes regionais da oposição boliviana anunciou nesta sexta-feira (3), após conversações com observadores internacionais, que os políticos irão no domingo ao encontro com o presidente Evo Morales para definir se o diálogo entre ambas as partes "tem futuro ou não". A informação partiu do prefeito (governador) do departamento (estado) de Tarija, Mario Cossío, porta-voz dos líderes. Cossío fez a declaração após reunião com observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA), da União das Nações Sul-americanas (Unasul) e da União Européia (UE).
Espera-se que na reunião de domingo as partes assinem um acordo, negociado nesta semana com auxílio dos observadores, mas que ficou em suspenso.
As negociações se centram no projeto de Constituição apoiado por Morales, que permitirá a reeleição do presidente mas também fará concessões aos projetos de autonomia dos quatro departamentos do leste da Bolívia, Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija.
O projeto de Constituição de Morales é rechaçado pela oposição, enquanto a autonomia dos departamentos é rejeitada pelo governo. Morales antecipou que o domingo será o "dia definitivo" para as negociações e disse que estará em Cochabamba.
"Eu estarei lá e espero que os prefeitos também estejam", afirmou. Os governadores são Rubén Costas, de Santa Cruz; Mario Cossío, de Tarija; Savina Cuéllar, de Chuquisaca; e Ernesto Suárez, de Beni. O governador de Pando, Leopoldo Fernández, está preso em La Paz, acusado de incitar os confrontos que deixaram dezessete pessoas mortas no mês passado em seu departamento, perto da cidade de Cobija.
A governadora de Chuquisaca, Savina Cuéllar, é uma dissidente do Movimento ao Socialismo (MAS) de Morales, que passou para a oposição.
Nesta semana, a detenção de dois ativistas da oposição, acusados de terem sabotado um gasoduto, levou à retirada da oposição das negociações. Um dos ativistas, José Vaca, de Tarija, é processado por terrorismo e sua detenção foi ordenada na quinta-feira.
Os opositores acusam Morales de não cumprir o pacto para negociar, porque o governo prometeu não desfechar uma "perseguição política" após os protestos. Além disto, a oposição acusa o governo de conduzir uma campanha na mídia e pede o seu final.
O chefe de gabinete do governo, Juan Ramón Quintana, disse no entanto que "as mortes e os ataques terroristas não podem ser negociados". As informações são da Associated Press.
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