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Crise Política na Venezuela

Líderes da oposição e enviados de Maduro se reúnem na Noruega para uma possível negociação

Crise na Venezuela leva milhares às ruas em protestos pela saída do ditador Nicolás Maduro
Crise na Venezuela leva milhares às ruas em protestos pela saída do ditador Nicolás Maduro (Foto: YURI CORTEZ /AFP)

Depois de meses de protestos e uma fracassada tentativa de levante para derrubar o ditador venezuelano Nicolás Maduro, representantes do regime e da oposição se dirigiram à Noruega nesta quarta-feira (16) para uma eventual aproximação, segundo informaram meios de comunicação internacionais.

Não ficou claro se representantes de ambos os lados se encontrariam diretamente ou se autoridades norueguesas serviriam como intermediários para explorar possíveis resoluções para a crise na Venezuela.

As agências de notícias Reuters e Associated Press citaram autoridades anônimas e a oposição para informar que os líderes já viajaram para a Noruega.

Apesar de não mencionar nenhuma negociação especificamente, Maduro admitiu na noite de terça-feira (14) que o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, embarcou em uma viagem "muito importante" no exterior.

Um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Noruega disse que não comentaria e nem confirmaria as afirmações.

Estratégias

As conversas informadas ocorrem em meio a crescentes tensões após a tentativa frustrada do líder da oposição, Juan Guaidó, de derrubar o governo em um levante cívico-militar há cerca de duas semanas. Vários deputados opositores fugiram para embaixadas estrangeiras e o vice-presidente da Assembleia Nacional, Edgar Zambrano, foi preso pelo serviço de inteligência bolivariano, o Sebin. Mais de dez legisladores da oposição também foram acusados ​​de rebelião, traição e conspiração.

Os movimentos da semana passada sinalizam a repressão do regime socialista de Maduro, mas as negociações na Noruega podem indicar que nenhum dos lados atualmente acredita ser capaz de vencer.

Uma razão para isso poderia ser a postura dos Estados Unidos, que repetidamente sugeriu que, se Maduro prendesse Guaidó, estaria cruzando uma uma linha vermelha, o que poderia levar a uma intervenção militar americana na Venezuela.

Mas o próprio presidente Donald Trump parece ter ficado mais cauteloso quanto a essa estratégia, já que o regime socialista venezuelano não representa uma ameaça direta aos Estados Unidos e está sendo apoiado pela Rússia.

Com Washington relutante em arriscar envolvimento direto, a oposição da Venezuela começou recentemente a discutir alternativas para uma derrubada do governo, incluindo a possibilidade de formar uma administração conjunta com autoridades de Maduro. Nos bastidores, os investidores estrangeiros da oposição trabalharam para organizar conversas entre os dois lados para aliviar as tensões.

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