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Ameaça

Líderes da OTAN abordam em cúpula os desafios de uma China “coercitiva”

Participantes da cúpula da OTAN posam para fotos em Vilnius, capital da Lituânia (Foto: EFE/EPA/YVES HERMAN)

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Os líderes da OTAN abordaram nesta terça-feira (11) em sua cúpula de Vilnius os desafios apresentados por uma China “coercitiva” para a “segurança e valores euro-atlânticos”, alertando que Pequim está usando sua influência econômica para criar dependências estratégicas e tentar subverter a ordem internacional.

“A China não é nossa adversária e temos de continuar nos comprometendo”, afirmou o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg, em coletiva de imprensa no final do primeiro dia da cúpula.

O político norueguês enfatizou, no entanto, que “a crescente assertividade de Pequim afeta nossa segurança” e desafia a ordem internacional baseada em regras.

Na declaração aprovada pelos líderes, os aliados destacaram que “as ambições declaradas e as políticas coercitivas da China desafiam nossos interesses, nossa segurança e nossos valores”.

“Continuamos abertos a um compromisso construtivo com a China, que inclui a construção de transparência recíproca, com o objetivo de salvaguardar os interesses de segurança da aliança”, ressaltaram.

Na cúpula do ano passado em Madri, os líderes aliados já haviam mencionado os desafios apresentados pelo comportamento da China.

“Continuamos enfrentando ameaças cibernéticas, espaciais, híbridas e outras assimétricas, bem como o uso malicioso de tecnologias emergentes e disruptivas”, acrescentaram no mesmo parágrafo da declaração.

Ainda segundo os aliados, a China emprega “uma ampla gama de ferramentas políticas, econômicas e militares para aumentar sua presença global e projetar seu poder”, enquanto “mantém a falta de transparência sobre sua estratégia, intenções e reforço militar”.

“As operações híbridas e cibernéticas maliciosas da China e sua retórica de confronto e desinformação visam aliados e prejudicam a segurança da aliança”, afirmaram, salientando que Pequim está tentando controlar setores tecnológicos e industriais estratégicos, infraestruturas críticas, materiais estratégicos e cadeias de suprimentos.

Em todo caso, os 31 aliados se mostraram “abertos a um compromisso construtivo” com a China, que inclua “transparência recíproca” com vistas a salvaguardar os interesses de segurança da aliança.

“Vamos defender nossos valores compartilhados e a ordem internacional baseada em regras, incluindo a liberdade de navegação”, destacaram.

Ao mesmo tempo, declararam que o aprofundamento da parceria estratégica China-Rússia e “suas tentativas, que se reforçam mutuamente, para minar a ordem internacional” são “contrárias aos nossos valores e interesses”.

Nesse contexto, instaram Pequim a desempenhar um “papel construtivo” como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, a condenar a guerra agressiva da Rússia contra a Ucrânia e a abster-se de apoiar o esforço de guerra russo de qualquer forma.

“Fazemos um apelo especial à China para agir com responsabilidade e abster-se de fornecer qualquer tipo de ajuda letal à Rússia”, afirmaram os líderes aliados.

Além disso, advertiram que a China está “expandindo e diversificando rapidamente seu arsenal nuclear”, com mais ogivas nucleares e um maior número de sistemas de lançamento sofisticados para estabelecer uma tríade nuclear, ao mesmo tempo que “não se compromete” com a transparência ou controle desse tipo de armamento.

“O Indo-Pacífico é importante para a OTAN, dado que os acontecimentos naquela região podem afetar diretamente a segurança euro-atlântica”, ressaltaram.

Por fim, frisaram que qualquer ataque “deliberado” contra as infraestruturas críticas dos aliados, incluindo submarinos, receberá “uma resposta unida e determinada”.

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