Os líderes da União Européia (UE) preparavam-se para debater na quinta-feira os esforços de reforma das envelhecidas instituições do bloco em meio a indícios de que haviam aumentado as chances de um acordo, após a Polônia, contrária às propostas, ter baixado o tom de suas declarações.
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, que participa de sua última cúpula da UE no cargo, disse serem incertas as chances de um acordo para lançar negociações sobre um novo tratado.
Já o primeiro-ministro da Polônia, Jaroslaw Kaczynski, avaliou haver uma possibilidade de 50 por cento de sucesso.
Os dois países podem frustrar os esforços da chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, de substituir a atual Constituição da UE após anos de desavenças sobre a divisão de poder entre o comando do bloco e os países-membros e entre as grandes nações e as pequenas.
José Manuel Barroso, presidente da Comissão Européia (Poder Executivo do bloco), afirmou a repórteres acreditar na assinatura de um acordo porque "se não atingirmos um acordo, sairemos todos perdedores".
Um fracasso das negociações que, segundo se prevê, devem estender-se até sábado, poderia representar um imenso revés para o bloco composto por 27 países dois anos depois de os eleitores franceses e holandeses terem rejeitado um projeto anterior de Constituição.
A interrupção do processo pode fazer com que um pequeno grupo de países-membros continue avançando rumo a uma integração maior, deixando outros integrantes do bloco para trás e fazendo com que os países ricos tornem-se mais relutantes em ajudar os membros mais pobres e recém-chegados.
A Polônia defende mudanças no sistema de votação da UE, que segundo o país favoreceria as grandes potências, especialmente a Alemanha, às custas dos poloneses.
Quase todos os outros países da UE defendem o modelo de processo decisório inserido no projeto de Constituição rejeitado pelos franceses e holandeses em 2005.
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