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Encontro

Líderes das duas Coréias têm encontro histórico

Paulo Sérgio Pinheiro, relator especial da ONU para Mianmar | Reprodução/Unesco
Paulo Sérgio Pinheiro, relator especial da ONU para Mianmar (Foto: Reprodução/Unesco)

Seul – O presidente da Coréia do Sul, acompanhado de diplomatas e cerca de 200 empresários, percorreu ontem por terra os 200 quilômetros que separam Seul da capital norte-coreana, Pyongyang, para a segunda reunião de cúpula desde que, há 54 anos, os dois países terminaram uma guerra de três anos que os manteve divididos. O ditador norte-coreano, Kim Jong-il, recebeu friamente o presidente Roh Moo-hyun, apertando-lhe a mão durante a cerimônia de boas-vindas de 12 minutos e lhe dizendo apenas: "É um prazer encontrá-lo’’.

Em junho de 2000, quando pela primeira vez Kim se avistou com um governante sul-coreano, o então presidente Kim Dae-jung, foram longos os abraços diante de fotógrafos e um entoar improvisado conjunto de canções folclóricas.

Agora o regime comunista enfeitou a cidade com flores de papel cor-de-rosa para a recepção ao visitante do sul e mobilizou dezenas de milhares de pessoas para gritarem um ensaiado "reunifiquemos a nossa pátria’’. Kim não participou da reunião de trabalho com Roh. Delegou a missão a Kim Yong-nam, chefe de Estado, mas com poderes bem menores que o seu. Kim e Roh devem se reunir apenas hoje.

Os dois países estão separados desde 1953 por uma simples declaração de cessar-fogo. Tecnicamente, ainda estão em estado de guerra. Um tratado definitivo de paz precisaria da participação dos EUA e da China, também envolvidos naquele conflito. Mas o presidente dos EUA, George W. Bush, diz que apenas dará esse passo caso a Coréia do Norte, que há um ano testou uma bomba atômica, cumpra integralmente a promessa de se desnuclearizar.

Roh tem apenas cinco meses de mandato presidencial pela frente e uma eleição presidencial. Ele procura obter do Norte uma simples "declaração de paz’’ que possa lhe render votos, dizem especialistas. Já a Coréia do Norte está interessada em obter do vizinho capitalista US$ 20 bilhões para obras de infra-estrutura.

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