Angela Merkel e François Hollande se encontraram ontem com o presidente ucraniano Poroshenko (ao centro). Hoje será a vez de Putin| Foto: Valentyn Ogirenko/Reuters

Provisão

Kerry afirma que Obama cogita fornecer armamento defensivo

Efe

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, estuda a provisão de armamento defensivo à Ucrânia, devido à intensificação dos combates no leste do país, afirmou ontem o secretário de Estado americano, John Kerry, depois de se reunir com o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk.

Kerry, que havia se reunido anteriormente com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, ressaltou que "a violência se intensifica e os acordos de paz de Minsk [de setembro de 2014] não estão sendo cumpridos".

Obama tomará uma decisão "em breve" após consultar seus assessores e reunir-se na próxima semana em Washington com a chanceler alemã, Angela Merkel, acrescentou Kerry.

Até o momento, Obama sempre tinha se negado a dar esse passo, embora o Congresso tenha lhe dado em dezembro o sinal verde para o envio de US$ 350 milhões em ajuda militar para as forças ucranianas que combatem os insurgentes pró-Rússia.

Merkel rejeitou categoricamente nesta semana em Budapeste uma possível provisão de armas a Kiev, alegando que a regulação do conflito só pode ser política.

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Os líderes da Alemanha e da França anunciaram ontem um novo plano de paz para a Ucrânia, voando para Kiev com uma proposta que em seguida levarão a Moscou.

A importância de se chegar a um acordo ficou demonstrada por uma queda brusca na moeda da Ucrânia, a grívnia, que perdeu quase um terço do valor depois que o Banco Central interrompeu os leilões diários nos quais vendia moedas fortes aos bancos.

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Quase falida, a Ucrânia tenta negociar um resgate financeiro com o Fundo Monetário Internacional (FMI), mas muitos analistas acreditam que obter empréstimos é impossível enquanto um cessar-fogo não estiver em vigor no leste assolado pela guerra.

A viagem coordenada da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente francês, François Hollande, ocorre no momento em que os rebeldes avançaram contra um importante polo ferroviário sob poder das tropas ucranianas depois de lançar uma ofensiva que arruinou o cessar-fogo adotado cinco meses atrás.

Moscou disse esperar que as conversas com Merkel e Hollande sejam "construtivas". Um assessor presidencial ucraniano os espera com "otimismo contido".

O plano franco-alemão parece uma aposta de última hora das principais potências europeias para deter a escalada do conflito antes do fim de prazos diplomáticos que devem piorar as desavenças entre Ocidente e Oriente.

As autoridades alemãs e francesas deram poucos detalhes em público sobre o conteúdo de suas novas propostas por medo de prejudicar a diplomacia delicada do processo. Kiev e seus aliados ocidentais querem que todas as forças retornem às linhas acordadas na trégua de setembro. Os rebeldes, que as ultrapassaram desde então, querem manter seus ganhos.

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Respostas

Apesar da iniciativa de Hollande e Merkel, a União Europeia incluiu ontem mais 19 indivíduos, sendo cinco russos, e nove entidades na lista de sanções econômicas devido à participação russa no conflito no leste ucraniano. A nova lista, no entanto, não traz nenhum funcionário de alto escalão do governo Putin.

Também como resposta ao avanço russo, a Otan informou ontem que enviará mais de 5 mil soldados para os países membros da aliança ocidental próximos da Rússia, como Romênia, Hungria, Polônia, Letônia, Estônia e Lituânia.

Neste final de semana, a Alemanha irá hospedar líderes de todo o mundo em uma conferência na qual a Ucrânia irá encabeçar a pauta. "Faremos uma nova proposta para solucionar o conflito que será baseada na integridade territorial da Ucrânia", declarou Hollande em uma coletiva de imprensa. Ele e Merkel se encontraram ontem com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, em Kiev, e hoje falarão com seu colega russo, Vladimir Putin, em Moscou.