Em discurso na abertura da 40.ª reunião do Mercosul, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, elogiou o trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na articulação do bloco comercial e saudou a presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff. "Me sinto um pouco sozinha", comentou Cristina ao lembrar que as mulheres são bem vistas como ministras, na secretaria de Educação, mas poucas chegam à presidência.

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"A questão de gênero está mais do que reconhecida", interferiu o presidente Lula, citando que Michele Bachelet deixou o governo do Chile com 80% de popularidade. Ele parabenizou Cristina por estar com 70% de aprovação em seu governo. "Isso é um fato extraordinário", declarou. Lula lembrou que Dilma assume o cargo com 62% de expectativa positiva, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada ontem. E completou: "Se vocês cuidarem do país como cuidam da família, está muito bom".

Cristina, ainda em seu discurso, defendeu a aprovação pelo congresso do Paraguai, que assume a presidência temporária do Mercosul, da entrada da Venezuela no bloco. Para ela, "a entrada da Venezuela no Mercosul seria um passo importante para o bloco e significa fechar a equação energética da América do Sul". Ela disse que é importante incorporar a Venezuela, "que foi generosa com países da região". "Uma generosidade que não achamos nunca no exterior."

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Apesar de Lula ter convidado todos os presidentes da região para seu último encontro do Mercosul, apenas os que integram o bloco estão presentes em Foz do Iguaçu (PR). Participam do encontro os presidentes da Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia. Dilma Rousseff, que deveria ter vindo a Foz do Iguaçu ontem para participar do encerramento do Fórum social do Mercosul e do jantar de despedida de Lula, cancelou sua viagem.

Um fato curioso aconteceu durante os discursos dos presidentes do bloco no momento em que homenageavam Lula. Por duas vezes, enquanto os presidentes Fernando Lugo, do Paraguai, e José Mujica, do Uruguai, encerraram suas falas se despedindo de Lula, a tradutora se emocionou e traduziu as palavras em homenagem a Lula com voz embargada e, alguns momentos, até segurando o choro. Foi assim também com Lugo e com Mujica.

ONU

Na reunião de Cúpula do Mercosul, o presidente da Bolívia, Evo Morales, defendeu a ida de Lula para a Secretaria-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). "Ele será o futuro secretário-geral da ONU, pela sua capacidade de persuadir opositores, de convencer as pessoas em favor do bem dos nossos povos. Será o candidato das Américas e todos os presidentes devem trabalhar para isso", disse o líder boliviano.