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Líderes gregos buscam coalizão; querem atenuar termos de resgate

O líder do partido conservador grego Nova Democracia, Antonis Samaras, fez pressão nesta segunda-feira pela formação de um novo governo de coalizão após uma vitória eleitoral apertada, comprometendo-se a suavizar o programa de austeridade do país, apesar da oposição da Alemanha.

Um breve rali motivado pelo alívio nos mercados financeiros internacionais após a eleição de domingo rapidamente se dissipou, ao ficar claro que o Nova Democracia (ND) havia fracassado em ganhar um mandato popular convincente para implementar os cortes de gastos profundos e o aumento de impostos exigidos pela União Europeia e o FMI.

O partido radical de esquerda Syriza e uma série de pequenos partidos contrários às condições atreladas ao resgate de 130 bilhões de euros (164,12 bilhões de dólares) ganharam cerca de metade dos votos, embora tenham conquistado menos cadeiras porque o sistema eleitoral recompensa de forma desproporcional o partido que conquista a primeira colocação.

Samaras recebeu do presidente da Grécia, Karolos Papoulias, um mandato para formar um governo de coalizão nesta segunda-feira, mas as conversas provavelmente vão durar pelo menos até terça-feira. Ele disse que o país honraria seus compromissos no âmbito de um resgate que salvou a Grécia da falência e de uma saída dramática da zona do euro.

Mas Samaras acrescentou: "Vamos simultaneamente fazer algumas alterações necessárias para o acordo de resgate, a fim de aliviar o povo do desemprego e das enormes dificuldades".

Samaras se reuniu com o líder carismático do Syriza, Alexis Tsipras, que descartou aderir ao governo, e com o terceiro colocado nas eleições, o socialista Pasok, que não se comprometeu. O líder do Pasok, Evangelos Venizelos, disse que as negociações "devem ser concluídas" na terça-feira.

O pequeno partido Esquerda Democrática indicou que estaria disposto a apoiar Samaras se o acordo de resgate for atenuado.

A economia da Grécia deve se contrair 5 por cento este ano, após encolher 7 por cento no ano passado. Protestos regularmente sufocam o centro de Atenas, alguns hospitais estão com falta de medicamentos, milhares de empresas fecharam suas portas e os mendigos e sem-teto estão se multiplicando.

"A crise foi adiada, não necessariamente evitada", disse Theodore Couloumbis, analista político e vice-presidente do instituto de estudos de Atenas ELIAMEP.

"Para esse governo durar ele precisa mostrar resultados. Você não pode continuar com desemprego de 50 por centro entre os jovens e um quinto ano consecutivo de recessão", acrescentou.

Durante a campanha eleitoral, Samaras pediu por cortes nos impostos, aumentos nos benefícios de desemprego, aumentos de pensões e mais dois anos para cumprir as metas fiscais.

Mas a Alemanha, já irritada com o que vê como um ritmo lento das reformas gregas, descartou mais atrasos a algumas metas do pacote de resgate -- o segundo recebido pela Grécia desde 2010.

A chanceler alemã, Angela Merkel, falando em uma reunião de líderes do G20 no México, disse que qualquer afrouxamento dos compromissos de reforma da Grécia seria inaceitável e reiterou que os gregos tinham que se ater aos compromissos que já assumiram.

ALEMANHA DIZ QUE ACORDO É "NÃO NEGOCIÁVEL"

Houve frustração na Alemanha por Samaras ter feito campanha com a promessa de renegociar o resgate, dado o aumento da resistência entre os gregos que estão sofrendo o aperto financeiro.

Uma coalizão que obteve apenas 40 por cento dos votos teria dificuldade para pressionar por reformas em face do ressentimento público profundo com as rodadas repetidas de aumentos de impostos e cortes nos salários e pensões.

Com quase 100 por cento dos votos apurados, o Nova Democracia ganhou 29,7 por cento dos votos, à frente do Syriza com 27 por cento e do Pasok com 12,3 por cento.

Com bônus de 50 cadeiras ao Nova Democracia por ter ficado em primeiro lugar, uma aliança teórica Nova Democracia-Pasok teria 162 assentos no Parlamento de 300 lugares. Acrescentando a Esquerda Democrática, isso daria uma maioria de 179 assentos.

"O resultado mostrou que o povo quer o euro, mas a sociedade continua dividida. O Syriza será um militante da oposição, possivelmente complicando os esforços do novo governo", disse uma autoridade do Nova Democracia, sob condição de anonimato.

Nos mercados, o alívio foi breve. Apesar de o FTSEUROFIRST 300 ter subido mais de 1,0 por cento na abertura, o índice devolveu os ganhos com menos de duas horas, com os problemas sobre a zona do euro levando os investidores de volta à realidade. A alta do euro também evaporou.

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