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Líderes latino-americanos felicitaram nesta segunda-feira Juan Manuel Santos após sua arrasadora vitória na eleição presidencial colombiana e ofereceram estreitar a amizade e a cooperação com Bogotá, enquanto a Venezuela deixou claro que seguirá atenta às ações do novo governo.

Santos, que prometeu continuar com as políticas do presidente Álvaro Uribe, enfrenta o desafio de melhorar os laços regionais, especialmente com os vizinhos Equador e Venezuela, confrontados pela Colômbia por um acordo militar com os Estados Unidos e por sua política de luta contra a guerrilha esquerdista que se refugia nas regiões de fronteira.

Em alguns dos conflitos bilaterais, outros líderes regionais intervieram, entre eles o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou em uma mensagem a Santos que a Colômbia "contará sempre" com seu governo.

Lula também expressou confiança de que o mandatário eleito da Colômbia ajudará no "fortalecimento da União de Nações Sul-americanas (Unasul) como instrumento de paz, de cooperação e de desenvolvimento da região".

Mensagem semelhante foi enviada pela presidente argentina, Cristina Kirchner, que ligou para Santos para parabenizá-lo.

Santos, que foi ministro da Defesa durante o governo de Uribe, conquistou no domingo 69 por cento dos votos contra o candidato independente Antanas Mockus, a mais alta votação na história eleitoral da Colômbia, e garantiu a continuidade da luta contra a guerrilha e medidas para impulsionar a economia.

Analistas afirmam que o economista, de 58 anos, buscará reforçar as relações com seus vizinhos que foram marcadas por altos e baixos devido às diferenças na luta contra o narcotráfico, a guerrilha e os pactos de livre comércio.

O mesmo Santos está consciente disto. Em seu discurso da vitória no domingo à noite, disse que espera levar seu país à liderança regional e anunciou, sem fazer distinções, que em seu governo os presidentes da América Latina terão um aliado e um sócio comprometido.

Os presidentes de Peru e México, Alan García e Felipe Calderón, respectivamente, convidaram Santos a estreitar os laços com seus governos que, junto à Colômbia, são os principais aliados dos Estados Unidos na América Latina.Calderón expressou "sua melhor disposição para continuar fortalecendo os laços históricos de amizade e de cooperação", anunciou a Presidência mexicana em comunicado.

Segundo os governos de Peru e Chile, Santos expressou vontade de visitar ambos os países antes de sua posse.

O chanceler do Chile, Alfredo Moreno, disse que o país estará contente em recebê-lo. "Não temos uma data para isso, no entanto", acrescentou.

Caracas Atenta

A Venezuela, ao mesmo tempo elogiando o presidente eleito, alertou que estará atenta aos movimentos do novo governo.

As relações entre Bogotá e Caracas estão abaladas desde 2009, quando o presidente venezuelano, Hugo Chávez, ordenou o "congelamento" da relação comercial com o país vizinho como protesto por um acordo que permitirá ampliar a presença militar norte-americana na Colômbia.

Chávez, que é o maior crítico de Washington na América Latina, chegou a chamar Santos de "santo-demônio" durante a campanha eleitoral e disse que seu governo seria uma ameaça à região.

Santos, por sua vez, reduziu o tom contra Chávez pouco antes das votações e prometeu tentar melhorar as relações.

"O governo revolucionário da Venezuela está muito atento, não somente às declarações dos porta-vozes do novo governo, mas aos fatos que estão moldando o tipo de relações que podem ser levadas com sinceridade e respeito com o governo eleito", disse a chancelaria em um comunicado.

As relações com Venezuela e Equador serão os principais desafios de Santos na região.

O presidente eleito enfrenta em Quito um processo criminal pelo ataque que autorizou como ministro da Defesa numa zona da floresta equatoriana e no qual morreu o líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Raúl Reyes e ao menos 24 pessoas.

Na América Central, o presidente de El Salvador, Mauricio Funes, manifestou a Santos seu interesse de visitar a Colômbia, disse a Presidência do país centro-americano num comunicado.

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