Líderes muçulmanos condenaram o ataque contra a redação de uma revista satírica francesa, mas, ao mesmo tempo, alertaram que o crescimento do sentimento anti-islâmico na Europa aumentou o apoio aos jihadistas de todo o continente.
Nas capitais de nações muçulmanas, ministros manifestaram no rádio solidariedade com a França depois que homens armados mataram 12 pessoas em um ataque na sede da revista Charlie Hebdo em Paris, publicação conhecida por suas charges sobre o Islã.
Na Europa, líderes muçulmanos condenaram o ataque e fizeram pedidos por tolerância. Algumas mesquitas reforçaram a segurança para se protegerem contra possíveis ataques de represália. Organizações islâmicas condenaram o ataque na internet e usaram a hashtag #CharlieHebdo para expressar solidariedade.
No Cairo, o ministro de Relações Exteriores, Sameh Shoukry, disse que o Egito "está do lado da França" na luta contra o terrorismo, que ameaça a segurança e a estabilidade global. A mensagem foi ecoada por declarações semelhantes dos governos da Arábia Saudita, Tunísia e Iraque, onde as autoridades travam uma guerra contra o grupo extremista Estado Islâmico, na coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
O ministro de Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, condenou os ataques, mas também alertou que sentimentos anti-islâmicos na Europa estavam ajudando a alimentar o terrorismo. "Precisamos combater tanto islamofobia quanto o terrorismo. Nós destacamos os perigos do aumento do racismo, discriminação e islamofobia na Europa. Este estão diretamente ligados ao terrorismo", disse Cavusoglu.
Não está claro quem foi o responsável pelo ataque em Paris, embora os analistas de terrorismo digam que ele tem marcas de combatentes jihadistas treinados. Nas horas seguintes ao ataque, simpatizantes de jihadistas enviaram uma enxurrada de tweets elogiando a operação.
Em toda a Europa, as organizações islâmicas condenaram com veemência o ataque e pediram um diálogo maior entre os grupos de fé para combater as fricções sociais.
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