Líderes políticos de todo o mundo repercutiram a certificação de Joe Biden como presidente eleito dos Estados Unidos e as cenas de violência em meio a sessão de oficialização do pleito na sede do Congresso americano, que chegou a ser invadida por apoiadores do atual chefe da Casa Branca, Donald Trump.
A repórteres, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, caracterizou a formalização do resultado como um triunfo das forças democráticas. "Infelizmente, o presidente Trump não aceitou sua derrota desde novembro, nem mesmo ontem, e isso naturalmente criou um ambiente que permitiu tais eventos violentos", comentou.
Pelo Twitter, o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, disse estar preparado para trabalhar com Biden para "promover uma agenda global voltada ao crescimento, sustentabilidade e inclusão".
O presidente da França, Emmanuel Macron, criticou as cenas de violência em um vídeo publicado quarta-feira em suas redes sociais. "[Quando] os partidários de um presidente que está de saída questionam com armas os resultados legítimos de uma eleição, estão destruindo a ideia universal de 'uma pessoa, um voto'".
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, afirmou que o país está preocupado com os "ataques à democracia" em seu "aliado mais próximo". "A violência nunca irá ser bem-sucedida em invalidar o desejo do povo. A democracia nos EUA precisa ser respeitada - e será", escreveu, também em redes sociais.
Hassan Rouhani, presidente do Irã, disse em discurso transmitido pela televisão que o caos visto no congresso americano expôs a fragilidade da democracia ocidental.
Autoridades da Rússia apontaram a invasão da sede do Congresso americano como evidência do declínio americano. O chefe do comitê de Relações Exteriores da alta câmara da Rússia, Konstantin Kosachyov, disse que "a celebração da democracia acabou. Ela atingiu, infelizmente, o fundo do poço". "O lado perdedor tem motivos mais do que suficientes para acusar o vencedor de falsificações. Está claro que a democracia da América está mancando com os dois pés", afirmou.
Já o chefe do comitê de Relações Exteriores da baixa câmara russa, Leonid Slutsky, disse que os EUA "certamente não podem mais impor padrões eleitorais a outros países e alegar ser o 'farol da democracia'".
O premiê britânico, Boris Johnson, classificou como "vergonhosos" os protestos violentos em Washington. "Os EUA defendem a democracia ao redor do mundo e, agora, é vital que ocorra uma ordeira e pacífica transição de poder", destacou.
A primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, responsabilizou Trump pela situação. "O que estamos vendo em Washington é um completamente inaceitável ataque à democracia dos EUA. O presidente Trump tem que ser responsável para parar isso. Imagens assustadoras", comentou.
O presidente da diplomacia europeia, Josep Borrell, descreveu os atos como "um ataque sem precedentes contra a democracia dos EUA".
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