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Líderes mundiais condenaram a Coreia do Norte por realizar testes nuclear e de mísseis nesta segunda-feira, e o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que os atos de Pyongyang são um desafio insensato que justificam ação por parte da comunidade internacional.

Enquanto países se preparavam para uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU ainda nesta segunda, o chefe de política externa da União Europeia, Javier Solana, qualificou o teste nuclear de "violação flagrante" de uma resolução do Conselho, algo que requer "uma resposta firme".

China, Rússia, França e Grã-Bretanha - que, com os EUA, são membros permanentes do Conselho de Segurança - expressaram alarme diante do teste nuclear realizado pelo Estado isolado, que, segundo Moscou, foi tão potente quanto a bomba atômica que os EUA lançaram sobre Nagasaki na 2a Guerra Mundial.

A Coreia do Sul convocou uma reunião de emergência de seu gabinete.

"Agindo em desafio flagrante ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, a Coreia do Norte está desafiando a comunidade internacional de maneira direta e irresponsável", disse Obama. "O perigo representado pelas atividades ameaçadoras da Coreia do Norte justifica ação por parte da comunidade internacional."

A condenação unânime de todo o mundo ressaltou o isolamento da Coreia do Norte.

A comunidade internacional há anos usa uma mistura de sanções e ofertas de ajuda para negociar com Pyongyang o fim do programa nuclear norte-coreano.

Mas Pyongyang é tão isolada que há poucas opções de punição possíveis, e nem Obama nem Solana fizeram recomendações específicas. A França falou em intensificar as sanções.

"O comportamento da Coreia do Norte aumenta as tensões e prejudica a estabilidade no nordeste da Ásia. Essas provocações vão apenas aprofundar seu isolamento", disse Obama. "O país não encontrará aceitação internacional a não ser que abandone sua procura por armas de destruição em massa e as maneiras de empregá-las."

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse estar "profundamente preocupado" com o teste nuclear da Coreia do Norte.

A Coreia do Norte há semanas ameaçava realizar o teste em resposta ao endurecimento das sanções internacionais, decidido depois de o país lançar um foguete, em abril, que teria violado a proibição da ONU a testes norte-coreanos com mísseis de longo alcance.

A Rússia disse que a violação da resolução do Conselho de Segurança representou um revés grave nos esforços para controlar a proliferação de armas nucleares e que as conversações entre seis países sobre a Coreia do Norte são a única solução para a crise.

"As medidas mais recentes da Coreia do Norte intensificam as tensões no nordeste asiático e colocam em risco a segurança e estabilidade da região," afirmou o chanceler da Rússia em comunicado.

"Provocação"

A explosão de segunda-feira foi até 20 vezes mais potente que a primeira feita pelo país, há cerca de dois anos e meio, salientando o avanço do programa nuclear norte-coreano a despeito das negociações multilaterais para tentar contê-lo.

Agravando ainda mais a tensão, a Coreia do Norte testou três mísseis de curto alcance pouco depois do teste nuclear.

"Consideramos os testes uma provocação e os condenamos fortemente", declarou o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, descreveu os testes nucleares e de mísseis como "errôneos, equivocados e um perigo para o mundo", dizendo que a comunidade internacional só tratará a Coreia do Norte como parceira se ela se comportar responsavelmente.

A França declarou que vai consultar seus parceiros no Conselho de Segurança "sobre as consequências que esse ato grave da Coreia do Norte deve suscitar, e em especial sobre o reforço das sanções."

A China -- que, como membro permanente do Conselho, poderia vetar qualquer resolução -- pediu a Pyongyang que não agrave a situação. Mas analistas políticos acham que é pouco provável que Pequim aprove sanções mais duras.

"O lado chinês exige com veemência que a Coreia do Norte cumpra suas promessas de desnuclearização, cesse quaisquer ações que possam agravar a situação e retorne ao processo de conversações entre os seis países", disse a China em comunicado. "O governo chinês exorta todas as partes a lidar com a situação de maneira calma e apropriada."

A China há anos vê a Coreia do Norte como amortecedor estratégico contra a extensão das forças dos EUA até sua fronteira. Os responsáveis políticos em Pequim estão equilibrando preocupações com a potencial instabilidade da Coreia do Norte, o enfraquecimento de sua influência sobre o país e os receios de um confronto regional em torno do programa norte-coreano de armas nucleares.

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