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Estados Unidos, Canadá e México prometeram nesta segunda-feira (10), durante reunião de cúpula dos líderes dos países da América do Norte, formar uma frente unida pela recuperação econômica, pelo comércio, para combater a pandemia de gripe suína e o aquecimento global.

"Promover a recuperação da atual crise econômica é uma prioridade para cada um de nós", disseram o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, e o presidente mexicano, Felipe Calderón, em comunicado conjunto divulgado ao final de sua reunião de cúpula em Guadalajara, México.

Os três líderes disseram que o comércio na América do Norte é um elemento vital para o bem-estar econômico e prometeram evitar medidas de protecionismo comercial ao mesmo tempo em que reiteraram o compromisso para sustentar os acordo de proteção dos direitos dos trabalhadores e do meio ambiente. Eles também prometeram continuar a investir em tecnologia para proteger suas fronteiras sem diminuir o comércio.

Separadamente, os líderes norte-americanos endossaram uma acelerada revisão do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para assegurar que a instituição tenha recursos suficientes de curto prazo para oferecer empréstimos que ajudem a diminuir os efeitos da crise econômica nas regiões mais pobres.

Os três líderes prometeram apresentar uma resposta "conjunta, responsável e transparente" à disseminação da gripe suína, segundo declaração conjunta.

Obama disse, durante entrevista coletiva conjunta após o encontro, que a reforma imigratória nos EUA é importante. Ele apontou, porém, que há outras prioridades mais urgentes, como a reforma no sistema de saúde e a regulação financeira. Obama disse que pretende enviar um projeto para reforma da questão migratória até o fim do ano.

O líder dos EUA previu dificuldades para aprovar a reforma imigratória. "Haverá demagogos que vão tratar de sugerir que qualquer tipo de legalização daqueles que já vivem nos Estados Unidos é inaceitável."

Obama disse que o objetivo da reforma será atender todos os aspectos da questão imigratória, para evitar a entrada de imigrantes clandestinos nos EUA e também que empresários americanos se aproveitem da exploração dos trabalhadores latino-americanos que cruzam a fronteira sem documentos e autorização.

Sobre Honduras, Obama foi enfático. "Os mesmo críticos que dizem que os Estados Unidos não intervieram o suficiente em Honduras são as mesmas pessoas que dizem sempre que estamos intervindo e que os ianques precisam sair da América Latina", notou. As palavras de Obama foram apoiadas por Harper e Calderón.

Na semana passada, durante uma visita ao México, o presidente deposto de Honduras, José Manuel Zelaya, afirmou que os EUA poderiam acabar com o governo interino do país "em cinco minutos", pela grande dependência hondurenha em relação aos norte-americanos. Os três líderes divulgaram uma declaração conjunta na qual condenaram o golpe em Honduras e pediram que o presidente deposto Zelaya seja restaurado ao cargo, no contexto do "Acordo de San José e dos esforços que atualmente a Organização dos Estados Americanos (OEA) desenvolve para encontrar uma solução pacífica à crise política" em Honduras.

Obama garantiu que ele e os outros dois líderes pretendem expandir, e não diminuir o comércio entre os países, em um momento de crise. O governo norte-americano foi alvo de críticas pela cláusula que vinculava o dinheiro do pacote de estímulo econômico à produção nacional, conhecida como "Buy American".

Proximidade

"Nosso engajamento com o Hemisfério Ocidental é crítico para o avanço de nossos interesses nacionais, e fundamental para nossa segurança e bem-estar econômico", afirmou o conselheiro nacional de segurança de Obama, Jim Jones.

Obama chegou no fim do domingo ao México e em seguida já iniciou conversas com Calderón, no terceiro encontro privado da dupla neste ano. Em seguida, Harper se uniu aos dois para um jantar fechado.

O presidente dos EUA expressou seu "forte apoio" ao combate de Calderón aos narcotraficantes, mas reiterou a importância do respeito aos direitos humanos. Anteriormente, vários congressistas norte-americanos demonstraram preocupação pelos vários relatos de abusos das forças mexicanas.

O comércio entre EUA e Canadá é estimado em US$ 1,5 bilhão por dia em produtos, e por volta de 300 mil pessoas cruzam a fronteira todos os dias. Os EUA são cruciais para a economia mexicana, tendo comprado 82% das exportações do vizinho em 2007, segundo dados do governo norte-americano.

Com as dificuldades dos EUA, o México enfrenta uma forte recessão, com boa parte de sua indústria ligada aos setores dos EUA em dificuldade, entre eles o automotivo e o de construção. Os imigrantes no norte têm também enviado menos dinheiro para seus familiares no México.

Em março, os EUA cancelaram um programa permitindo que alguns caminhões mexicanos entrassem em seu território, violando o Acordo de Comércio Livre da América do Norte (NAFTA). O governo mexicano reagiu, impondo o equivalente a US$ 2,4 bilhões em tarifas para 89 produtos norte-americanos. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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