A Armênia realiza cerimônia nesta sexta-feira (24) que marca o centenário do início do massacre de armênios por turcos otomanos. Os presidentes da França, François Hollande, e da Rússia, Vladimir Putin, juntaram-se a outros líderes no memorial para as vítimas, na periferia da capital, Erevan.
A Armênia alega que até 1,5 milhão de pessoas morreram no extermínio (que durou até 1923). O número e o termo “genocídio” são contestados pela Turquia, azedando as relações entre os países.
Visita
Na sua chegada a Tsitsernakaberd, nos arredores da capital da Armênia, Putin e Hollande foram recebidos pelo presidente do país, Serge Sargsián, na avenida que leva ao complexo onde arde a chama eterna em homenagem às vítimas do fato considerado pelo papa Francisco como “o primeiro genocídio do século 20”.
O presidente da Armênia destacou que “o ocorrido em 1915 não teve precedentes nem por sua magnitude, nem por suas consequências” e acrescentou que o massacre é “uma ferida ainda aberta porque há no mundo a negação”.
Antes da cerimônia oficial no complexo localizado em uma colina aos arredores de Erevan, os líderes e diplomatas convidados para o ato visitaram o museu dedicado ao extermínio ocorrido entre 1915 e 1923.
No local, há fotografias feitas há cem anos pelo alemão Armin Vegner, testemunha de exceção do massacre quando servia como soldado e médico na Síria durante a Primeira Guerra Mundial.
A tradição prevê que os líderes que visitam o memorial do genocídio armênio devem plantar uma árvore como lembrança das vítimas. Além de Putin e Hollande, estão presentes também representantes de governos de outros países, como dos Estados Unidos, Alemanha e Argentina, que enviou o ministro das Relações Exteriores, Héctor Timmerman.
As vítimas foram canonizadas ontem em uma cerimônia solene, na qual também foram proclamadas como mártires da Igreja Apostólica Armênia.
Reconciliação
Sargsián pediu nesta semana que o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, aproveite a data simbólica para normalizar as relações diplomáticas entre os dois países, ou seja, reconhecendo o genocídio e abrindo a fronteira comum.
Os armênios acusam as autoridades otomanas de planejar a aniquilação sistemática da minoria armênia, que teria começado simbolicamente em 24 de abril de 1915 com a detenção de várias centenas de intelectuais em Constantinopla, capital do império.
A Turquia aceita que atrocidades foram cometidas, mas alega que não houve nenhuma tentativa sistemática de destruir o povo armênio cristão. Segundo Ancara, muitos turcos muçulmanos inocentes também morreram na guerra.
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