Legislação
Ucrânia estuda anular regime de autonomia para região pró-Rússia
Efe
As autoridades de Kiev cogitam revogar a lei sobre o regime de autonomia para o leste pró-Rússia da Ucrânia após as eleições de domingo passado nas regiões rebeldes de Donetsk e Lugansk. "Vou propor ao Conselho de Segurança e Defesa Nacional (CSDN) que apresente um projeto ao parlamento para anular a vigência da lei sobre o status especial das regiões de Donbass [bacia de Donetsk e Lugansk]", disse o presidente Petro Poroshenko, ao abrir a sessão do CSDN.
O líder ucraniano se mostrou convencido que tanto o CSDN como o parlamento revogarão a lei promulgada no último dia 16 de outubro. Anteriormente, Poroshenko tinha comentado que a realização de "pseudo-eleições torpedeou a lei e aguçou a situação em Donbass". "Só estamos dispostos a conceder as amplas faculdades previstas pela lei aos órgãos de autogoverno escolhidos de forma legítima. E não aos bandidos que coroam a si mesmos", disse Poroshenko em alusão aos líderes de ambas regiões separatistas que venceram o pleito de domingo.
Reação
A reação ao anúncio do presidente ucraniano não demorou e o vice-primeiro-ministro da autoproclamada república popular de Donetsk (RPD), Andrei Purguin, disse que não há motivos para preocupação. "Não temos nada que temer pelo fato de a lei sobre o status especial para Donbass poder ser cancelada. De todas as formas, ela nunca funcionou", comentou.
Separatistas pró-Rússia do leste da Ucrânia realizaram cerimônias de posse para seus líderes ontem, depois de uma eleição que Kiev denunciou como uma farsa e que alega ter violado o plano de paz para pôr fim à guerra que já matou mais de quatro mil pessoas. Alertando para a ameaça de uma nova ofensiva dos rebeldes apoiados por Moscou, o governo ucraniano disse que unidades recém-formadas do Exército serão enviadas para defender uma série de cidades do leste.
O militar mais graduado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), um general dos Estados Unidos, declarou que agora existem condições para se criar um "conflito congelado", termo que o Ocidente usa para descrever regiões rebeldes nascidas de ex-países soviéticos que Moscou protege com suas tropas.
As cerimônias de posse no leste da Ucrânia aconteceram enquanto dezenas de milhares de pessoas marchavam pelas ruas de Moscou no "Dia da Unidade", feriado nacionalista que comemora uma batalha do século 17 ressuscitado pelo presidente russo, Vladimir Putin, para substituir as comemorações da revolução bolchevique dos tempos soviéticos. A Ucrânia foi muito mencionada nos discursos que marcaram a ocasião.
"Nova Rússia"
Moscou afirma que a eleição de Alexander Zakharchenko e Igor Plotnitsky como líderes das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, que juntas chamam a si mesmas de "nova Rússia", significa que Kiev deve agora negociar diretamente com eles.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, reuniu-se com seus chefes de segurança e disse continuar comprometido com uma solução pacífica para o conflito, embora tenha declarado que o plano de paz e a trégua firmados na capital bielorrussa, Minsk, em setembro, foram violados pela Rússia e pelos separatistas.
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