Os ministros estrangeiros da Liga Árabe concederam ontem três dias ao governo sírio para que aceite encerrar a repressão aos manifestantes e permita equipes de observadores. Os chanceleres, que se reuniram na capital marroquina, não disseram o que aconteceria se Damasco não aceitar o compromisso.
Questionado se tratava-se de uma última tentativa diplomática, o chanceler do Catar, xeique Hamad Bin Jassim al-Thani, disse a repórteres: "Não queremos falar sobre última tentativa porque não queremos que soe como uma advertência. O que posso dizer é que estamos perto de encerrar o curso no que se refere aos esforços (da Liga Árabe) neste front", acrescentou
Um comunicado emitido no final da reunião informa que "observadores serão enviados para a Síria se o governo aceitar o acordo dentro de três dias a partir e uma vez que a violência e a matança parem de acontecer". "Os observadores irão certificar-se de que (forças de) segurança e milícias pró-governo da Síria não ataquem as manifestações pacíficas", disse a nota.
A Liga Árabe já havia proposto o envio de observadores para a Síria como parte de um roteiro para acabar com a violência. O governo sírio concordou com o plano no início deste mês, mas ele não foi implementado.
O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Elaraby, disse que a Liga pediu a seus especialistas que fizessem o rascunho de um plano para impor sanções econômicas à Síria para pressionar o país a encerrar a repressão.
Embaixadas
As embaixadas de Marrocos, Emirados Árabes e Qatar em Damasco foram alvos de ataques ontem. Os três países votaram a favor da suspensão da Síria na Liga Árabe, o que levanta suspeitas de que as ações tenham sido uma retaliação por parte de partidários do presidente Bashar al-Assad.
A embaixada do Marrocos foi alvo de ovos e pedras, da mesma forma que a dos Emirados Árabes, que teve seus muros pichados com frases como "Desgraçados, agentes de Israel". A representação do Qatar teria chegado a ficar em chamas após os ataques, mas não há confirmação.
Não é a primeira vez que embaixadas em Damasco são atacadas. No fim de semana houve ações similares contra os prédios das missões de França, Arábia Saudita e Turquia.
A França anunciou a retirada de seu embaixador de Damasco.