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Repressão

Liga Árabe dá ultimato à Síria

Multidão se dirige ao túmulo do ditador Hafez Assad, que governou a Síria durante 30 anos e é pai do atual presidente sírio, Bashar Assad, que  está no poder  há mais de uma década   e enfrenta a fúria de  dissidentes | Sana/AFP
Multidão se dirige ao túmulo do ditador Hafez Assad, que governou a Síria durante 30 anos e é pai do atual presidente sírio, Bashar Assad, que está no poder há mais de uma década e enfrenta a fúria de dissidentes (Foto: Sana/AFP)

Os ministros estrangeiros da Liga Árabe concederam ontem três dias ao governo sírio para que aceite encerrar a repressão aos manifestantes e permita equi­pes de observadores. Os chanceleres, que se reuniram na capital marroquina, não disseram o que aconteceria se Damasco não aceitar o compromisso.

Questionado se tratava-se de uma última tentativa diplomática, o chanceler do Catar, xeique Hamad Bin Jassim al-Thani, disse a repórteres: "Não queremos fa­­lar sobre última tentativa porque não queremos que soe como uma advertência. O que posso dizer é que estamos perto de en­­cerrar o curso no que se refere aos esforços (da Liga Árabe) neste front", acrescentou

Um comunicado emitido no final da reunião informa que "observadores serão enviados para a Síria se o governo aceitar o acordo dentro de três dias a partir e uma vez que a violência e a ma­­tança parem de acontecer". "Os observadores irão certificar-se de que (forças de) segurança e milícias pró-governo da Síria não ataquem as manifestações pacíficas", disse a nota.

A Liga Árabe já havia proposto o envio de observadores para a Síria como parte de um roteiro para acabar com a violência. O governo sírio concordou com o plano no início deste mês, mas ele não foi implementado.

O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Elaraby, disse que a Liga pediu a seus especialistas que fizessem o rascunho de um plano para impor sanções econômicas à Síria para pressionar o país a encerrar a repressão.

Embaixadas

As embaixadas de Marrocos, Emi­­rados Árabes e Qatar em Da­­mas­­co foram alvos de ataques ontem. Os três países votaram a favor da suspensão da Síria na Liga Árabe, o que levanta suspeitas de que as ações tenham sido uma retaliação por parte de partidários do presidente Bashar al-Assad.

A embaixada do Marrocos foi alvo de ovos e pedras, da mesma forma que a dos Emirados Ára­­bes, que teve seus muros pichados com frases como "Desgra­­ça­­dos, agentes de Israel". A representação do Qatar teria chegado a ficar em chamas após os ataques, mas não há confirmação.

Não é a primeira vez que em­­baixadas em Damasco são atacadas. No fim de semana houve ações similares contra os prédios das missões de França, Arábia Saudita e Turquia.

A França anunciou a retirada de seu embaixador de Damasco.

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