A Liga Árabe estabeleceu neste sábado (26) uma série de sanções contra a Síria, determinando especialmente um congelamento das contas do governo sírio no estrangeiro e a proibição de viagens de dirigentes sírios aos países árabes.
O projeto de resolução, aprovado pelos ministros das Finanças da Liga Árabe reunidos no Cairo, estipula "o congelamento das contas bancárias do governo sírio" nos países árabes, a suspensão das "transações financeiras" com Damasco e o bloqueio de "todas as transações com o Banco Central" sírio.
A decisão prevê ainda o "congelamento de todas as transações comerciais de governo para governo, exceto as de produtos essenciais para a população síria".
A lista de sanções também inclui a suspensão de voos procedentes e para o território sírio a partir de países da Liga Árabe, e recomenda a suspensão dos projetos e investimentos na Síria.
As medidas serão apresentadas neste domingo aos chanceleres do grupo, no Cairo, para sua aprovação final.
A medida é adotada após o regime sírio ignorar o ultimato da Liga Árabe para acabar com a repressão no país, que segundo as Nações Unidas já deixou mais de 3.500 mortos desde março passado.
O ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Mualem, acusou hoje a Liga Árabe de querer "internacionalizar" a crise, ao reagir à outra decisão do grupo, a de pedir à ONU que "tome as medidas necessárias para apoiar seus esforços em busca de uma solução para a crise".
Segundo Mualem, esta decisão da Liga Árabe "pode ser vista como um sinal verde à internacionalização da situação na Síria e uma intromissão nos assuntos internos".
No território sírio, oito soldados morreram e 40 ficaram feridos neste sábado em um ataque de militares dissidentes na região de Idleb, a 320 km a noroeste de Damasco, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
"Um grupo de desertores atacou uma coluna militar que seguia em sete veículos para o povoado de Ghadka a Maaret al Nooman. Oito morreram e 40 ficaram feridos, enquanto os desertores puderam se retirar sem sofrer baixas", afirmou o OSDH em comunicado.
Desde quinta-feira, as tropas regulares sírias sofreram 47 baixas em ataques de militares dissidentes, segundo o OSDH e a agência oficial Sana.
As atividades do Exército Livre Sírio (ELS), que reivindica contar com cerca de 20.000 desertores e cujo chefe, o coronel Riad al Assad está na Turquia, aumentaram nas últimas semanas. Na sexta-feira, milhares de sírios protestaram para apoiar os militares dissidentes e pedir ao ELS que proteja "a revolução pacífica".
Em Homs, no centro do país, sete civis - incluindo duas crianças de 9 e 10 anos - morreram por disparos das forças de segurança, que mataram outro civil, em Deir Ezzor, 460 km a noroeste da capital, segundo o OSDH.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião