A Liga Árabe pretende estender o tempo de permanência na Síria da missão dos observadores estrangeiros. A informação foi revelada ontem por fontes da organização.
De acordo com os oficiais consultados, a intenção é manter a missão e pedir às autoridades sírias a garantia da segurança dos observadores e o cumprimento da iniciativa árabe, que estipula, entre outros pontos, o fim da violência entre opositores e o regime de Bashar Assad.
As fontes afirmam que a Liga Árabe descarta, no momento, uma intervenção militar estrangeira na Síria, como incentivam os Estados Unidos e países da Europa ocidental, além do Qatar.
Amanhã, a organização fará duas reuniões que definirão a postura em relação à Síria, uma com monitores que participam das discussões sobre o país e outra com ministros de Relações Exteriores dos membros do grupo.
Nos encontros, o chefe dos observadores na Síria, Mohamed Dabi, apresentará um informe que será utilizado para que a organização decida o destino da missão.
Mais cedo, o Observatório dos Direitos Humanos pediu à Liga Árabe que informe publicamente as impressões de seus observadores na Síria e convocou o Conselho de Segurança da ONU a aplicar sanções a Damasco para conter a violência.
Em carta destinada aos grupos de países, a instituição convocou também à organização pan-árabe a "pedir ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que imponha sanções seletivas para pôr fim às incessantes matanças".
Com base em números de militantes sírios, o Observatório diz que 506 civis morreram e 490 pessoas foram detidas desde a chegada dos observadores árabes ao país de Assad, em 26 de dezembro.
"A Liga Árabe deve reconhecer publicamente que a Síria não respeitou o acordo. A credibilidade da missão foi afetada desde seu início por sua falta de transparência e de independência."