
Confrontos entre tropas sírias e desertores do exército irromperam ontem em um subúrbio da capital Damasco, no mesmo dia em que a Liga Árabe informou no Cairo que estenderá por mais um mês sua missão de observadores na Síria. O governo da Arábia Saudita, contudo, disse que retirará seus observadores dessa missão. Pelo menos cinco pessoas foram mortas em Douma, um subúrbio de Damasco, de acordo com grupos de ativistas.
Já os Comitês de Coordenação Local afirmaram que 12 pessoas foram mortas ontem em confrontos ao redor do país. Os números são semelhantes aos divulgados pela agência estatal de notícias do governo sírio, a Sana, a qual afirma que 11 pessoas foram mortas, a maioria soldados regulares atacados por "terroristas" principalmente em Douma e nas províncias de Homs e Hama, na Síria Central.
"Existe um progresso parcial na implementação das promessas" do governo sírio, disse no Cairo o chefe da Liga Árabe, Nabil El- Arabi. A Síria "não cumpriu todas as suas promessas, embora tenha implementado parte do que prometeu", afirmou o secretário-geral. Ele disse que o uso de uma "força extrema" da parte do governo de Assad levou a uma reação dos opositores "no que poderá levar a uma guerra civil". O governo da Arábia Saudita anunciou que está retirando seus observadores da missão na Síria. "O governo sírio não implementou o plano árabe", disse o ministro das Relações Exteriores da Arábia, Saudi al-Faisal.
Tanto os Comitês como o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, grupo sediado em Londres, informaram que violentos combates foram retomados em Douma neste domingo entre desertores e tropas leais ao presidente Bashar Assad. Os dois grupos também reportaram tiroteios na cidade de Homs, com a morte de pelo menos uma pessoa.