Chanceler russo rejeita cooperação antimísseis com EUA
A oferta de cooperação havia sido feita pelo secretário norte-americano de Defesa, Robert Gates, que sugeriu, por exemplo, exercícios conjuntos e compartilhamento de dados.
A Lituânia se disse disposta nesta quarta-feira a receber um sistema de defesa antimísseis, assumindo o risco de irritar a Rússia que denuncia o "expansionismo" americano e a presença da Otan em suas fronteiras.
"Nosso país precisa desses sistemas. Existe uma ameaça de ver, em alguns anos, países instáveis disporem de possibilidades técnicas de ataque", declarou o ministro lituano da Defesa, Juozas Olekas, em visita a Chisinau, a capital da Moldávia.
"Uma das soluções é um sistema de defesa antimísseis, oferecido pela Otan. Desta forma, poderíamos proteger a central nuclear que queremos construir em nosso país", acrescentou.
Esta declaração, sem dúvida, contribuirá para o clima de irritação de Moscou, ainda mais porque foi formulada por um dos três países bálticos, procedentes da extinta União Soviética e membros da Otan desde 2004.
Com isto, mais uma ex-república soviética vira-se para o Ocidente.
A Rússia denuncia a chegada da Otan perto de suas fronteiras, 15 anos depois da queda do Muro de Berlim e do fim da Guerra Fria - e a Aliança Atlântica permite aos americanos construírem bases militares em sua antiga zona de influência, da Romênia ao Quirguistão.
Desde o início deste ano, Moscou denuncia o projeto de instalação do escudo antimísseis americanos na Polônia e na República Tcheca, considerando que esta medida vai afetar o equilíbrio de forças no continente e relançar a corrida armamentista.
O ministro lituano não especificou se seu país se associaria ao projeto americano, mas afirmou que tais sistemas de defesa não seriam dirigidos contra a Rússia. "Eles constituem uma garantia de estabilidade na região", afirmou.
Moscou não reagiu imediatamente às declarações do ministro lituano.
"Seremos categoricamente contra" tais dispositivos na Lituânia, comentou, por sua vez, um líder parlamentar russo, Leonid Slutsky, em entrevista à rádio Echo de Moscou. "A Lituânia não está ameaçada. Ela se limita a mostrar seu alinhamento político e militar com a Otan e os Estados Unidos", afirmou.
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