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Wayne LaPierre, chefe da NRA (Associação Nacional de Rifles), fala durante a Conferência de Ação Política Conservadora de 2018 em Oxon Hill, Maryland | JIM WATSON/AFP
Wayne LaPierre, chefe da NRA (Associação Nacional de Rifles), fala durante a Conferência de Ação Política Conservadora de 2018 em Oxon Hill, Maryland| Foto: JIM WATSON/AFP

O chefe da NRA, o maior lobby pró-armas americano, criticou nesta quinta (22) o que vê como politização do ataque a tiros em uma escola na Flórida pelos defensores de regras mais restritivas às armas de fogo no país.  

"A vergonhosa politização de uma tragédia. É uma estratégia clássica tirada da cartilha de um movimento venenoso", disse Wayne LaPierre, 68, atacando o que chama de "elites" e meios de comunicação americanos.  

LaPierre acusou os defensores do controle de armas de quererem restringir um direito protegido pela Constituição americana: a Segunda Emenda garante o porte de armas à população.  

"As elites não se importam com o sistema escolar dos EUA e com os alunos", disse. "Seu objetivo é eliminar a Segunda Emenda e nossa liberdade de [usar] armas para que possam erradicar todas as liberdades individuais."  

Foi o primeiro pronunciamento de LaPierre após a chacina, na semana passada, de 15 adolescentes e dois professores em uma escola de ensino médio em Parkland.  

O discurso foi feito em uma reunião anual de conservadores, a Conferência de Ação Política Conservadora, que reuniu centenas em um hotel próximo a Washington, boa parte usando bonés com a sigla "NRA" (Associação Nacional dos Rifles) ou com a frase "Make America Great Again" (Faça a América Grande Novamente), bordão do presidente Donald Trump.  

"Para eles, não é questão de segurança, é uma questão política", acrescentou, sob aplausos do público. "Odeiam a NRA. Odeiam a Segunda Emenda. Odeiam a liberdade individual."  

Após a chacina na Flórida, estudantes por todo o país se mobilizaram para pedir às autoridades estaduais e federais restrições ao porte de armas.  

A plateia do evento conservador em Washington também expressou suas condolências pelas vítimas da chacina na Flórida, mas defendeu com veemência a Segunda Emenda. Eram comuns ali adesivos com a frase "Eu [coração] a Constituição",.  

"É revoltante sugerir que nós não ligamos para americanos que morreram nas mãos de um maníaco", afirmou Ben Shapiro, comentarista conservador aplaudido de pé pelo público, boa parte de jovens. "A mídia está mentindo sobre nós e dividindo intencionalmente o país para promover o controle de armas. Mas adivinhem: as duas coisas [porte de armas e preocupação com as vítimas] podem andar juntas."  

Ele e outros palestrantes argumentaram que a posse de armas é um direito constitucional e uma liberdade individual, e defenderam medidas para aumentar a segurança nas escolas e evitar novos massacres -como havia feito Trump na véspera.  

Armas e professores  

Nesta quinta (22), o presidente voltou a defender a proposta de que professores portem armas em sala de aula, argumentando que isso encurtaria o tempo de reação a atiradores, e aventou dar um bônus aos que aceitarem fazê-lo. Hoje o porte de armas em escolas é proibido.  

"Uma escola 'livre de armas' é um ímã para gente ruim", afirmou o republicano nas redes sociais. "Um massacre em escola dura, em média, três minutos. Leva de cinco a oito minutos para a polícia e equipes de emergência chegarem ao local. Professores treinados e adeptos de armas resolveriam o problema instantaneamente."  

O presidente estar em contato com a NRA, que doou à sua campanha eleitoral em 2016, para trocar ideias de combate à violência nas escolas. Segundo Trump, há na associação "tremendo sentimento de querer fazer algo".

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