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Protesto

Locaute provoca confrontos em rodovias argentinas

Confronto entre agricultores e caminhoneiros na Rodovia do Mercosul, em Gualeguaychu: pancadaria e estradas bloqueadas marcam o terceiro dia de manifestações de produtores rurais por redução do imposto de exportação | Ricardo Santellan/AFP
Confronto entre agricultores e caminhoneiros na Rodovia do Mercosul, em Gualeguaychu: pancadaria e estradas bloqueadas marcam o terceiro dia de manifestações de produtores rurais por redução do imposto de exportação (Foto: Ricardo Santellan/AFP)
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Confira que desde 2007, Cristina enfrenta um governo tumultuado

Buenos Aires - Cresce a tensão e o mal-estar nas rodovias argentinas. O terceiro dia de locaute agropecuário no país foi marcado por enfrentamentos, pancadaria e empurrões entre produtores rurais e caminhoneiros. Nestes três dias, os produtores têm realizado bloqueios intermitentes que produzem longas e demoradas filas de automóveis e caminhões. Depois de algumas horas, o trânsito é liberado. Mas ontem pela manhã, na rodovia 14, também chamada de rodovia do Mercosul, em Gualeguaychu, a 240 quilômetros de Buenos Aires, a situação se complicou ainda mais com a forte reação dos transportadores de carga.

Revoltados com o bloqueio feito com um trator atravessado na rodovia, os motoristas também decidiram colocar seus caminhões no meio do caminho, impedindo a passagem de qualquer veículo, até dos próprios produtores. Um dos motoristas investiu com o caminhão contra o pequeno trator. Logo depois, desceu do veículo e esbofeteou um produtor.

Ontem, houve enfrentamentos entre os dois lados pelo controle da passagem das rodovias em vários pontos do país.

A tensão é maior nas proximidades de Buenos Aires, Santa Fé, Entre Ríos, Córdoba e La Pampa. Tudo indica que a situação será uma reedição do conflito vivido no passado, entre março e julho, quando os caminhoneiros endureceram os protestos dos ruralistas.

O líder do sindicato dos caminhoneiros é Pablo Moyano, filho de Hugo Moyano, secretário da Central Geral do Trabalho, aliado político do casal presidencial Néstor e Cristina Kirchner, ex e atual presidente, respectivamente. A ordem do casal aos sindicalistas seria para que os transportadores de cargas enfrentassem os produtores e provocassem "confusão" nos bloqueios, segundo acusações do presidente da Federação Agrária, Eduardo Buzzi.

A tendência é de que os bloqueios temporários se transformem em permanentes até a próxima sexta-feira, quando deve terminar o locaute agropecuário. A disposição dos produtores é de não comprar nem vender nenhum produto.

Os produtores pressionam o governo pela redução de impostos às multimilionárias exportações de soja. O grão ocupa quase 60% da área cultivada de um país que exportou, em 2008, o equivalente a US$ 35 bilhões (R$ 79 bilhões).

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O impasse entre agricultores e o governo argentino favorece os produtores de soja brasileiros?

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