O chanceler britânico, David Cameron, classificou as mortes como “completamente inaceitáveis” em conversa com seu homólogo israelense, Israel Katz| Foto: EFE/EPA/DAVID CLIFF
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O governo do Reino Unido convocou nesta terça-feira (2) a embaixadora de Israel em Londres, Tzipi Hotovely, devido à morte de três trabalhadores humanitários britânicos da ONG World Central Kitchen (WCK) em um ataque israelense na Faixa de Gaza.

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Em comunicado, a chancelaria britânica frisou que foi transmitida à embaixadora “a condenação inequívoca pela horrível morte de sete colaboradores da WCK, incluindo três cidadãos britânicos”.

A ONG fundada pelo chef espanhol José Andrés havia noticiado anteriormente a morte de um cidadão britânico.

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No encontro com a embaixadora, o secretário de Estado para Desenvolvimento e África, Andrew Mitchell, exigiu uma investigação rápida e transparente, que também seja compartilhada com a comunidade internacional e resulte em uma total prestação de contas.

Da mesma forma, Mitchell instou Hotovely a que Israel implementasse imediatamente um mecanismo de desescalada e permitisse que mais ajuda humanitária chegasse urgentemente a Gaza.

Além da convocação da embaixadora, o ministro das Relações Exteriores britânico, David Cameron, falou por telefone com seu homólogo israelense, Israel Katz, para instar seu país a “explicar urgentemente como isto aconteceu” e a fazer “grandes mudanças que garantam a segurança dos trabalhadores humanitários no terreno”.

Cameron classificou as mortes dos trabalhadores da WCK como “completamente inaceitáveis” em sua conversa com Katz.

Anteriormente, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, disse ter ficado “chocado e triste” com a notícia e pediu uma investigação urgente porque “há claramente questões que precisam de respostas”.

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Uma entidade independente, o Mecanismo de Investigação e Avaliação de Fatos, investigará o ataque em que sete trabalhadores humanitários da ONG foram mortos em Gaza, segundo disse o Exército israelense nesta terça-feira.

Por sua vez, a WCK anunciou que está suspendendo suas operações em Gaza após confirmar a morte dos seus sete trabalhadores.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, admitiu que o Exército israelense matou de forma não intencional trabalhadores humanitários da WCK na Faixa de Gaza.

“Infelizmente, no último dia houve um caso trágico em que as nossas forças atingiram de forma não intencional pessoas inocentes na Faixa de Gaza”, disse o premiê.

Netanyahu, que recebeu alta nesta terça do hospital onde operou de uma hérnia, reiterou que o incidente será investigado exaustivamente e disse que “esse tipo de situação pode acontecer durante uma guerra”. “Faremos todo o possível para garantir que isso não aconteça novamente”, disse.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]