O ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, David Miliband, anunciou ontem a expulsão de um diplomata israelense pelo suposto uso de passaportes falsificados britânicos no assassinato de um líder do Hamas em Dubai. Na operação de assassinato, teriam sido usados doze passaportes britânicos falsificados. O nome do diplomata não foi divulgado.
Em mensagem enviada à Câmara dos Comuns, Miliband disse que os passaportes eram cópias de documentos verdadeiros e provavelmente foram forjados pelo Mossad, serviço de segurança israelense. A polícia de Dubai identificou 26 passaportes estrangeiros, dos quais mais de dez são britânicos, vinculados ao assassinato de Mahmoud al Mabhouh, um alto membro do grupo militante palestino Hamas, em janeiro.
"Eu pedi que um membro da Embaixada de Israel seja retirado da Grã-Bretanha, como resultado desse assunto, e isso está ocorrendo", afirmou Miliband aos parlamentares, em comunicado. " O uso abusivo de passaportes britânicos é intolerável", acrescentou Miliband.
A Interpol publicou uma lista de 27 pessoas que as investigações mostraram ter relação com o assassinato. Pelo menos 15 delas têm nomes de cidadãos israelenses. Todos os quinze negaram qualquer envolvimento com o assassinato.
Os governos da França e da Irlanda também começaram a investigar o uso de passaportes falsificados dos países na operação.
O embaixador israelense na Grã-Bretanha, Ron Prosor, declarou-se "desapontado" com a decisão do governo britânico de expulsar o diplomata. Em breve comunicado, Prosor lembrou que a relação bilateral é de mútua importância, portanto "nós estamos desapontados pela decisão do governo britânico".
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense confirmou que o embaixador do país na Grã-Bretanha foi convocado na noite de segunda-feira para prestar esclarecimentos, mas não quis fazer outros comentários.