O governo britânico apresentou nesta quarta-feira os critérios que vai usar para banir estrangeiros que inspirem o terrorismo, como parte de uma ampla estratégia de repressão aos pregadores islâmicos, um mês depois dos atentados a bomba que sacudiram Londres.
O ministro do Interior, Charles Clarke, publicou uma lista de "comportamentos inaceitáveis" que podem resultar na deportação ou na proibição da entrada de uma pessoa na Grã-Bretanha.
- A ameaça terrorista que a Grã-Bretanha enfrenta continua real e significativa, e é certo que o governo e as agências de aplicação da lei façam todo o possível para contê-la - afirmou Charles Clarke, num pronunciamento oficial. - Isso inclui a obstrução daqueles que busquem fomentar o ódio e promover o terrorismo, enviando uma mensagem forte de que eles não bem-vindos na Grã-Bretanha.
A lista de atividades inaceitáveis, que cobre qualquer cidadão não-britânico dentro ou fora do país, inclui expressar opiniões que fomentem, justifiquem ou glorifiquem violência terrorista em perseguição de crenças particulares e buscando incitar outros a atos terroristas.
O governo diz que seus planos cobriam opiniões expressas por escrito, publicadas ou distribuídas, e enviadas a websites, bem como discursos públicos.
Dois atentados coordenados a bomba em Londres no mês passado desencadearam uma série de novas medidas antiterroristas e o primeiro-ministro Tony Blair disse que as "regras estão mudando".
O governo ainda tenta firmar acordos que permitam a Grã-Bretanha deportar cidadãos considerados ameaças a países que se comprometam a não maltratá-los - como o estabelecido recentemente com a Jordânia. Londres diz que os acordos são para proteger os deportados de maus-tratos e de pena de morte, mas ativistas dos direitos humanos lançam dúvidas.
- O anúncio de hoje não responde à questão fundamental: os planos de deportação do governo vão resultar no envio de suspeitos para países com histórico notório de tortura? - indagou James Welch, da organização defesa dos direitos civis Liberty (Liberdade).
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