O ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, Jack Straw, prometeu nesta segunda-feira negociar uma indenização para a família do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto por engano por policiais britânicos à paisana em uma perseguição em uma estação de metrô de Londres, assim que for concluída a investigação independente sobre o episódio.
Straw reuniu-se com o colega brasileiro, Celso Amorim, e após o encontro, os dois participaram de uma entrevista coletiva. O chanceler britânico afirmou que seu governo tratará o pedido de indenização feito pela família da vítima "com carinho e rapidamente" sem revelar um possível valor para a compensação. Straw disse que o corpo do brasileiro será repatriado o mais rápido possível.
O chanceler britânico lamentou a morte de Jean Charles, executado com oito tiros - sete na cabeça e um no ombro - à queima roupa por policiais que o confudiram com um suposto terrorista na estação de metrô de Stockwell, em Londres, na última sexta-feira.
- Ofereço minhas condolências à família e aos amigos de (Jean Charles) De Menezes e ao governo e ao povo brasileiros - disse ele.
O chanceler lembrou que quando era mais jovem viveu em Stockwell e agradeceu a contribuição dos povos português e brasileiro ao país.
Perguntado sobre a situação legal do imigrante brasileiro, Straw disse não estar totalmente ciente.
- Mas pelo que sei ele estava legalmente - disse o chanceler.
Amorim completou dizendo que a embaixada informou que o brasileiro vivia legalmente no país. Ainda nesta segunda-feira, a rede BBC disse que Jean Charles estaria em situação irregular porque seu visto de estudante teria vencido.
As declarações dos dois chanceleres foram feitas após o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, lamentar na manhã desta segunda-feira a morte do brasileiro.
- Sentimos enormemente a morte desta pessoa inocente. Entendo os sentimentos de sua família - disse Blair em entrevista coletiva ao lado do premier de França, Dominique de Villepin.
No entanto, Blair destacou que "é preciso entender que a polícia está fazendo seu trabalho em circunstâncias muito difíceis".
- Se tivesse resultado que se tratava de um terrorista e a polícia tivesse falhado ao agir, então as forças de segurança seriam criticadas - disse Blair.
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