A Inglaterra afirmou nesta quinta-feira (5) que há uma significativa possibilidade de que um grupo afiliado ao Estado Islâmico esteja por trás de um suposto ataque a bomba que derrubou um avião russo sobre o Egito no fim de semana passado, matando 224 pessoas.
Quando perguntado se pensava que militantes do Estado Islâmico estariam por trás do desastre, o secretário inglês de Relações Exteriores, Philip Hammond, disse: “O Província do Sinai reivindicou responsabilidade por derrubar a aeronave russa, fizeram isso logo após a queda.”
“Olhamos todas as informações, incluindo a reivindicação, mas claro que outras informações também, e concluímos que há uma possibilidade significativa”, disse à rede de TV Sky.
O governo britânico anunciou também que está preparando medidas de emergência para retirar os cidadãos de férias no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh para o Reino Unido. Segundo as autoridades britânicas, cerca de 20 mil viajantes do Reino Unido na região do Mar Vermelho são afetados pela suspensão dos voos.
A medida, no entanto, foi criticada por autoridades russas e egípcias. Para Moscou, que prometeu continuar voando para o Sinai, ainda é muito cedo para especular as causas da queda e a suspensão dos voos. O Kremlin disse ainda que a suspensão dos voos é uma manobra para pressionar a Rússia sobre os ataques na Síria, segundo o político russo Konstantin Kosachyov.
“Qualquer versão do que ocorreu e as razões apontadas só podem ser determinadas por uma investigação, e ainda não temos nenhum resultado do inquérito”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a jornalistas. Qualquer outra explicação parece ser informação não verificada ou algum tipo de especulação.
O premiê Dmitry Medvedev também disse ser cedo para tirar conclusões sobre as causas do acidente, mas ordenou que sejam estudadas medidas de segurança adicionais.
Resposta
No Egito, o presidente Abdel Fatah al-Sisi rejeitou mais uma vez a possibilidade de que terroristas derrubaram o avião russo, enquanto o ministro da Aviação do país, Hossam Kamal, anunciou que não há indicação para sugerir que uma explosão derrubou a aeronave.
“A hipótese de uma detonação no avião russo não está baseada em fatos e o Egito quer que a investigação seja completa e minuciosa a fim de estabelecer os fatos”, afirmou Hosam Kamal.
Sisi se encontra em Londres com o primeiro ministro David Cameron.
“A equipe de investigação ainda não tem qualquer evidência ou dado que confirme a hipótese (de bomba)”, declarou Kamal em comunicado, afirmando ainda que o Egito adere aos padrões de segurança internacional em todos os aeroportos do país.
Na declaração, o ministro afirma que voos continuam chegando ao aeroporto de Sharm el-Sheikh, com 23 vindos da Rússia programados para pousar nesta quinta-feira, três da Itália e dois da Arábia Saudita, além de 22 voos domésticos.
No balneário egípcio, o clima é de ansiedade. A britânica Amy Watson, hospedada no Sharm el-Sheikh, disse que a decisão britânica de cancelar os voos levou pânico ao resort, mas se mostrou favorável à decisão, destacando que os turistas estavam sendo bem tratados.
O Airbus A321M da companhia Kogalymavia — que opera sob o nome de Metrojet — decolou do balneário de Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho, a São Petersburgo quando perdeu contato 23 minutos após a decolagem no sábado. A aeronave caiu na Península do Sinai, e todas as 224 pessoas a bordo morreram.
Vítimas são enterradas
Enquanto isso, as primeiras vítimas da tragédia começam a ser enterradas. Em Novgorod, cidade de 20 mil habitantes ao sul de São Petersburgo, Nina Lushtshenko, de 60 anos, foi enterrada na presença de parentes e amigos.
“Ainda não acredito no que aconteceu”, disse à AFP, Tamara Timofeieva, que trabalhava com a mulher.
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