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A eficiente atuação da Scotland Yard, que frustrou nesta quinta-feira um ataque terrorista contra aviões comerciais que iriam da Grã-Bretanha para os EUA, fez com que os londrinos acreditassem que atentados como os de 7 de julho do ano passado contra o sistema de transporte público da capital britânica não serão repetidos facilmente.

- O plano descoberto é o assunto do dia, mas as pessoas não comparam a situação de hoje com a do ano passado. Elas estão tranqüilas e elogiam o trabalho da Scotland Yard para evitar que os atentados acontecessem - afirmou por telefone ao Globo Online o carioca Rodrigo Caixeta, de 24 anos, que trabalha como analista para o BG Group, um gigante do setor de petróleo e gás.

Mas Rodrigo, que chegou a Londres em outubro do ano passado, teme os 14 meses que ainda têm pela frente de trabalho na capital britânica.

- Hoje foi o meu pior dia aqui em Londres. E com certeza terei que conviver com outros sustos. Londres é o centro econômico do mundo, juntamente com Nova York. Além disso, é alvo por suas posições políticas - comentou o brasileiro, que, por causa do adiamento de vários vôos, terá que adiar por pelo menos mais uma semana uma viagem de trabalho para o Egito.

O médico Ariel Haus, de 32 anos, também carioca, tinha embarque em Heathrow com destino a Nova York, em vôo da American Airlines, uma das empresas ameaçadas pelo plano terrorista. Da cidade americana, ele faria conexão rumo ao Brasil. Mas, seguindo orientação do governo britânico, ele não foi para o terminal

- A notícia pegou todos de surpresa. Remarquei minha viagem para sábado, mas a empresa não me deu garantias de que o avião vai decolar - contou Haus, por telefone. - Se não conseguir partir de Londres, vou a Paris de trem para tentar embarcar. O problema é que, por causa do problema com a Varig, todos os vôos já estão lotados - acrescentou o médico, que se divide em temporadas de trabalho em Londres e no Rio.

Segundo o médico, Londres vive nesta quinta-feira um "pânico controlado", acreditando que a polícia está muito mais atenta a ameaças terroristas após os ataques de julho do ano passado.

- Naquela época havia uma sensação terrível de medo e angústia. Depois do 7 de Julho, a polícia ficou mais atenta e passou a atuar de forma preventiva, como ocorreu hoje. Isso deixa a população mais segura, embora haja tensão no ar - contou o brasileiro, que estava na capital inglesa no dia dos ataques contra o sistema de transporte público da cidade. Mas, para ele, viver no Rio representa maior risco do que morar em Londres.

Outros depoimentos por e-mail:

- "Hoje pela manhã aqui em Londres, tudo parou. No aeroporto de Heathrow, todos estão tendo que colocar suas bagagens de mão em "plastic bags" para a segurança de todos. Não vimos nem ouvimos grandes alardes no momento, e apesar de todo este acontecimento ainda sentimos muita segurança." Leonardo Aquino

- "Trabalho em St James' Park, em frente ao prédio da Scotland Yard. Normalmente é muito movimentado, mas agora na hora do almoço a Victoria St, que vai da Victoria Station até o Parlamento, em Westminster, está muito vazia, poucos pedestres, poucos carros, e ônibus circulando vazios. O metrô tambem está vazio... Mas no escritorio o trabalho continua normalmente, ninguem nem falou nada para sairmos mais cedo, o que é de praxe em situações excepcionais. Nada de pânico por aqui, talvez só um pouco de precaução." Vicky Brollo

- "Moro na área da Grande Londres. Tenho viajem marcada para o dia 15 de agosto para Lisboa onde supostamente visitarei a familia de minha esposa. Está difícil efetuar a viagem, pois tenho uma filha de apenas 1 ano e 6 meses, e preciso levar bagagem de mão com comida, fraudas dentre outros utensílios necessários para a bebê. Porém está proibido por tempo indeterminado o embarque com bagagem de mão. O que vou fazer? deixar minha filha com fome e com as fraldas sujas? Será que a companhia aérea fornecerá a devida fralda e a devida refeição correspondente a idade de minha filha?" Dario de Lima Sodré

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