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Irritada com os valores exorbitantes dos aluguéis, que têm levado os londrinos a buscar imóveis cada vez menores e mais afastados da capital, a população começou a se mobilizar para pressionar o governo a buscar uma solução.

Com cerca de 8,6 milhões de habitantes, Londres recebe todo ano pelo menos 100.000 novos moradores.

“A situação está ficando insustentável”, reclamou o professor aposentado John Ford, de 60, que se juntou a outras 2.000 pessoas para protestar contra um projeto de lei que pretende modificar a distribuição de moradias sociais e os direitos de seus inquilinos.

“Meu sobrinho é um jovem cirurgião e não pode comprar uma casa em Londres. Isso mostra até que ponto a crise afeta a classe média”, comentou.

Em dezembro de 2015, o preço médio de uma casa na capital britânica era de 514.097 libras, ou 678.500 euros, 12% a mais do que no mesmo período do ano anterior. No mesmo intervalo, uma casa no restante da Inglaterra e em Gales custava 188.270 libras, ou 240.000 euros em média, com um aumento anual de 6,4%.

Um grupo de 150 estudantes da University College de Londres entrou em greve e parou de pagar as 262 libras por semana (cerca de 335 euros) de seus quartos. No protesto em frente à residência do primeiro-ministro conservador David Cameron, os estudantes carregavam uma escada que tinha apenas os últimos degraus, uma maneira de dizer que apenas os mais ricos podem pagar por uma casa.

A imprensa britânica denuncia regularmente os anúncios de aluguel de closets transformados em quartos, ou de imóveis minúsculos onde a cama fica em um canto da sala.

A questão da moradia, junto com a dos transportes, será um dos temas-chave das eleições municipais de 5 de maio, em Londres.

No final de janeiro, os candidatos para suceder ao conservador Boris Johnson apresentaram várias propostas em um debate na prestigiosa London School of Economics (LSE).

“Eu me comprometo a fazer que as novas moradias construídas em terrenos públicos controlados pela prefeitura sejam destinadas aos londrinos”, declarou o candidato conservador Zac Goldsmith.

Seu adversário trabalhista, Sadiq Khan, pediu “mais casas acessíveis” e denunciou o “escândalo dos corretores imobiliários que vendem imóveis de Londres para investidores do Oriente Médio e da Ásia”.

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