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Manifestantes a favor de Leopoldo López montaram barricadas para protestar contra o governo de Nicolás Maduro | Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Manifestantes a favor de Leopoldo López montaram barricadas para protestar contra o governo de Nicolás Maduro| Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Confrontos

Para Capriles, governo incita violência com prisão de opositor

Henrique Capriles, líder da oposição venezuelana, acusou o governo de Nicolás Maduro de promover o confronto no país ao prender o dirigente Leopoldo López, acusado de incitar a violência que tomou conta da Venezuela na última semana. "O governo acredita que prendendo um dirigente político acaba com os problemas do país. Não vai acabar o problema do país, bem acho que pode aprofundar o conflito", declarou Capriles em entrevista coletiva. Ele ainda desafiou Maduro a apresentar provas do suposto plano de golpe de Estado organizado pela oposição por meio das manifestações, que já deixaram quatro mortos nos últimos dias. "Os civis não aplicam golpes de Estado, os militares aplicam golpes de Estado", declarou.

Barricadas

Cerca de 500 pessoas se reuniam no fim da tarde de ontem na Praça Altamira, em Caracas, para protestar contra o governo. A polícia de Chacao, distrito de Caracas, pediu aos manifestantes para não queimar lixo e manter o protesto pacífico, mas alguns estudantes ergueram barricadas ao redor da praça.

10 mil assinaturas Constam em um abaixo-assinado entregue à Assembleia Nacional pedindo a retirada da imunidade parlamentar da deputada María Corina Machado, que, juntamente com Leopoldo López, idealizou o apoio da oposição às manifestações.

A Justiça da Venezuela decretou ontem a prisão temporária por 45 dias do líder opositor Leopoldo López, enquanto manifestantes e agentes da Guarda Nacional se enfrentavam nas ruas de Caracas e de outras cidades do país.

O Ministério Público pediu o indiciamento de López por três dos nove crimes: dano a prédios públicos, incitação ao crime e associação para o crime. Se for considerado culpado, o opositor pode ser condenado a dez anos de prisão.

O oitavo dia de manifestações contra o presidente Nicolás Maduro teve protestos em 11 dos 23 estados venezuelanos, segundo a ONG Provea. Desde o início das manifestações, há uma semana, partidos da oposição estimam que seis pessoas morreram, 138 ficaram feridas e 69 foram detidas.

A audiência judicial de López, que estava marcada para ontem ao meio-dia, foi antecipada para a noite da quarta-feira. Um tribunal móvel foi montado em um micro-ônibus e enviado para o presídio militar no qual o dirigente do partido Vontade Popular está preso, em Los Teques, nos arredores de Caracas, o que provocou protestos de seus advogados.

A juíza da 16ª Vara, Ralenis Tovar Guillén, decretou então a prisão temporária de 45 dias. Outras acusações contra López, como terrorismo, homicídio, tentativa de homicídio e lesão corporal, foram deixadas de lado. O advogado do opositor, Juan Carlos Gutiérrez, acredita que será possível comprovar a inocência de seu cliente, que convocou a população a ir às ruas contra Maduro.

Diplomacia venezuelana rebate críticas dos EUA às decisões de Maduro

A diplomacia venezuelana lançou ontem uma ofensiva contra as críticas dos Estados Unidos e de países vizinhos à repressão às manifestações contra o governo do presidente Nicolás Maduro. A chancelaria da Venezuela divulgou nota criticando duramente as declarações do presidente Barack Obama sobre a crise.

Ontem, durante cúpula da Área de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), no México, Obama condenou energicamente a repressão aos manifestantes que protestam contra o governo venezuelano e a expulsão de três diplomatas da representação americana em Caracas.

Em resposta, a chancelaria venezuelana divulgou nota na qual condenou firmemente as declarações de Obama, que teriam sido uma intervenção grosseira nos assuntos internos venezuelanos. "Esperamos que o governo norte-americano explique por que financia, estimula e defende os dirigentes opositores que promovem a violência no nosso país", diz a nota. "O governo venezuelano reitera que continuará monitorando e tomando as ações necessárias para impedir que agentes americanos tentem implementar a violência e a desestabilização do país."

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