O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, acusou nesta quinta-feira (1º) o governador do Texas, Greg Abbott, do Partido Republicano, de ser “antimexicano” por causa de suas políticas contra a imigração ilegal, que o levou a erguer uma cerca de arame farpado na fronteira fluvial com o país latino-americano.
“Esse senhor governador do Texas, com todo o respeito, é antimexicano, esquece que o Texas era do México e coloca cercas de arame farpado e tem uma política anti-imigrante e contra aqueles que por necessidade têm que ir procurar uma vida nos Estados Unidos", declarou o mandatário esquerdista.
As tensões entre o governo do México e o do Texas aumentaram no ano passado devido às medidas contra a imigração irregular aplicadas por Abbott.
A Chancelaria mexicana informou no último dia 14 de janeiro que uma mulher e duas crianças mexicanas morreram afogadas no Rio Bravo, onde a cerca de arame farpado foi instalada pelo governador. O governo Biden diz que a cerca de Abbott estaria dificultando a atuação da Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos.
López Obrador também acusou os republicanos do Texas de 'pressionar excessivamente" o presidente Biden para fechar a fronteira com o México. Essa pressão faz parte das negociações no Congresso para liberar ajuda militar à Ucrânia.
“Até quando a fronteira pode permanecer fechada? Ou seja, prejudica os dois países, mas não é uma opção, uma alternativa, tudo porque há eleições [presidenciais este ano nos EUA] e depois trata-se da aprovação de orçamentos, precisam dos votos dos republicanos. Eles, especialmente o governo do Texas, colocaram muita pressão", disse.
O mandatário mexicano também se perguntou “como os muros vão resolver um problema de imigração”.
“Além disso, existem 3,2 mil quilômetros de fronteira. Por que não abordar melhor as causas da migração e apoiar os países pobres”, afirmou.
Em dezembro do ano passado as autoridades americanas detiveram mais de 300 mil migrantes na fronteira com o México, um número recorde nos últimos três anos, conforme divulgado pelo Escritório de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP, na sigla em inglês) em janeiro. (Com Agência EFE)