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Lufthansa foi informada sobre depressão de copiloto em 2009

Avião da Germanwings decola no aeroporto de Bonn, na Alemanha | Wolfgang Rattay/Reuters
Avião da Germanwings decola no aeroporto de Bonn, na Alemanha (Foto: Wolfgang Rattay/Reuters)

O copiloto Andreas Lubitz, suspeito de ter derrubado deliberadamente nos Alpes franceses um avião da companhia Germanwings, informou em 2009 à escola de voo da Lufthansa que tinha superado “um episódio grave de depressão”, após ter interrompido durante vários meses seu processo de formação. A companhia aérea alemã informou nesta terça-feira (31) em comunicado este novo dado após realizar investigações internas e enviar à promotoria de Düsseldorf documentos adicionais sobre a formação de Lubitz e seu histórico médico, que inclui um e-mail do copiloto à escola de voo sobre sua depressão.

Depois que a promotoria francesa apontou o copiloto alemão como causador da tragédia, o presidente da Lufthansa, Carsten Spohr, informou que o jovem tinha interrompido durante um período de tempo sua formação em 2009, mas não esclareceu os motivos. A companhia aérea ressaltou que, após essa pausa de vários meses, os médicos emitiram um certificado médico que declarava Lubitz apto para voar.

Na documentação facilitada pela Lufthansa à promotoria alemã está uma troca de e-mails entre Lubitz e a escola de voo, quando o jovem pretendia retomar sua formação. Nos e-mails, o copiloto facilitava documentos médicos que refletiam que tinha superado esse episódio grave de depressão, apontou nesta terça-feira a empresa.

A companhia aérea reiterou seu compromisso de apoiar em todos os sentidos a investigação realizada pela promotoria de Düsseldorf para esclarecer um acidente que matou 150 pessoas e explicou que não pode facilitar mais dados para não se antecipar ao trabalho das autoridades.

Perda da licença

A investigação trabalha com a hipótese de que Andreas Lubitz jogou o avião contra as montanhas desesperado perante a possibilidade de perder sua licença de piloto devido a seus problemas médicos. O jornal alemão Bild publica nesta terça-feira as declarações de um investigador do caso nas quais reconhece que as investigações apontam que este é o “principal motivo” que levou Lubitz a fazer cair propositalmente o Airbus 320 da companhia alemã de baixo custo Germanwings, filial da Lufthansa, que viajava entre Barcelona (Espanha) e Düsseldorf (Alemanha).

“O principal motivo para nós neste momento é que Lubitz provavelmente tinha medo de perder sua licença de voo por seus problemas de saúde”, comentou o investigador, que não é identificado. Segundo essa fonte, por esse motivo, faria sentido que o copiloto ocultasse da empresa as licenças médicas que recebia e que visitasse diferentes médicos na busca de uma segunda opinião. Segundo distintas informações, Lubitz tinha que renovar sua licença de voo no próximo mês de junho.

O Bild informa ainda que o copiloto do voo 4U 9525, um alemão de 27 anos, esteve em “pelo menos em três ocasiões” na clínica universitária de Düsseldorf entre fevereiro e março deste ano. A procuradoria federal alemã indicou ontem que o copiloto recebeu há anos, e durante um longo período, tratamento psicoterapêutico por “tendências suicidas”.

Isto se unia à paralisação brusca que o jovem realizou em 2009 durante sua formação como piloto devido a uma depressão. Além disso, o Bild publicou no último domingo que Lubitz estava sendo tratado por um possível descolamento de retina.

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