O presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, disse na terça-feira ter provas sobre um complô para desestabilizar o país depois da sua posse, no dia 15.

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Tal boicote provocaria escassez de combustível, cimento e medicamentos em hospitais públicos, além de deixar os órgãos públicos sem dinheiro.

Colaboradores de Lugo dizem que o plano teria partido de setores que se sentem ameaçados pelas mudanças políticas no Paraguai, já que a posse de Lugo encerrará mais de 60 anos de hegemonia do Partido Colorado.

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"Há indícios muito importantes. Estamos fazendo um acompanhamento próximo dos grupos que estão se reunindo para isso", disse Lugo a jornalistas, quando consultado sobre as denúncias de sabotagem.

Horas antes, o futuro chefe de gabinete, Miguel López Perito, afirmou ter documentos e gravações que serão divulgados oportunamente, para que toda a informação possa "ser checada".

"Temos dados sobre coisas que estão sendo feitas, versões que estão correndo, informações, gravações e outras ações. Nos próximos dias vamos dar informações concretas para que as pessoas saibam do que estamos falando", disse López Perito a jornalistas.

"São tentativas de gerar um clima de incerteza e instabilidade, assim como de exigências e críticas ao novo governo", acrescentou.

Um comunicado divulgado posteriormente pela coalizão centro-esquerdista de Lugo denunciou um "esvaziamento dos recursos estatais para despojar o futuro governo de uma cobertura financeira mínima para as gestões previstas".

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O texto cita a recente situação de desabastecimento na empresa estatal de combustíveis Petropar e na Indústria Nacional de Cimento, além da invasão de propriedades rurais "com a intenção de atribuir essas operações à vontade do governo eleito".

"Isso não é uma especulação. Temos dados de que há gente do governo que está saindo que estimula invasões rurais, planejam desordens na cidade", disse a uma rádio o futuro ministro do Interior, Rafael Filizzola.

Lugo, um ex-bispo católico de 57 anos, venceu a eleição presidencial de abril com 40 por cento dos votos.