Assunção - O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, denunciou ontem a existência de um plano golpista contra seu governo, que estaria sendo arquitetado pelo general aposentado Lino Oviedo e pelo ex-presidente paraguaio Nicanor Duarte Frutos. Em uma mensagem dirigida ao país em rede nacional de televisão, Lugo disse que um general de alta patente havia sido convocado pelo presidente do Congresso, Enrique González Quintana, à casa de Oviedo nesse último domingo a fim de ser consultado sobre a crise responsável por manter paralisado o Senado há semanas.
Além de Quintana e Oviedo, teriam participado da reunião Duarte Frutos, o procurador-geral da República, Ruben Candia, e um juiz do Tribunal Superior da Justiça Eleitoral, Juan Manuel Morales. Segundo o presidente, o general Máximo Díaz, que mais tarde lhe informou sobre o ocorrido, foi chamado em caráter reservado por Oviedo ex-chefe do Exército acusado de haver tentado realizar um golpe nos anos 90 para saber qual era a opinião dos militares sobre o impasse vivido na câmara alta do Parlamento, iniciado depois da posse de Duarte como senador.
"Na qualidade de presidente da República, não permitirei que as Forças Armadas sejam utilizadas por interesses sectários. Convoco os cidadãos a manterem-se alertas diante das intenções golpistas de setores antidemocráticos e retrógrados", afirmou Lugo.
O ex-presidente Duarte Frutos tomou posse na semana passada como senador diante do presidente do Congresso, Enrique González Quintana, um oviedista, em uma cerimônia descrita por adversários como nula e ilegal. Os aliados de Lugo consideram ilegal a candidatura e, portanto, a posse de Duarte.
