O presidente Fernando Lugo anunciou nesta terça-feira (9) que reiterará ao seu colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, o pedido de renegociação do tratado de Itaipu. A conversa deve ocorrer durante a cúpula de mandatários do Mercosul, na próxima semana, na Bahia.
O Paraguai firmou em 1973 o contrato de construção da usina hidrelétrica binacional de Itaipu sobre o rio Paraná. A partir de 1986, a instalação começou a gerar eletricidade. De acordo com o contrato, os dois países possuem partes iguais da energia gerada.
Porém o documento estabelece que, como os paraguaios consomem a produção de somente uma de suas turbinas, está obrigado a vender o resto dessa energia para o Brasil. Em troca, o País entrega uma gratificação anual, atualmente em pouco mais de US$ 100 milhões.
Além disso, Assunção recebe anualmente outros US$ 300 milhões, como compensação pela água utilizada, pelos terrenos alagados pela represa, pelo impacto ambiental e como reajuste tarifário da eletricidade.
Lugo afirmou que pediu "uma reunião bilateral com Lula", para "reiterar nosso pedidos colocados em agosto passado", referindo-se ao desejo de renegociação, para que o Paraguai pudesse dispor livremente de seu excedente de eletricidade. Com isso, o país poderia vender a energia para Brasil, Argentina ou Uruguai, mas a preço de mercado.
O deputado paraguaio Ricardo Canese, presidente da comissão que renegocia o tratado de Itaipu, apontou que a Petrobras vende a energia excedente do Paraguai ao parque industrial de São Paulo por US$ 2 bilhões anuais. "Essa arrecadação bem poderia ser do Estado paraguaio, caso se revise o tratado firmado em 1973 que vencerá em 2023."
Lugo também afirmou que o país revisará sua dívida externa, em US$ 2,1 bilhões até setembro. A intenção segundo ele é "verificar quem pediu os empréstimos, quem se beneficiou com o dinheiro e se realmente foram feitas as obras para as quais se obtiveram créditos".
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