O presidente paraguaio, Fernando Lugo, pediu perdão nesta sexta-feira (24) a quem tenha se sentido ofendido após o escândalo envolvendo denúncias de paternidade e reconheceu ter falhado com a Igreja e com os cidadãos do país.
Em menos de duas semanas, três mulheres declararam haver tido filhos com o ex-bispo católico - duas delas antes de Lugo abandonar a batina para dedicar-se à política. O presidente reconheceu uma das crianças e deixou os outros casos nas mãos da Justiça.
"Não foi minha intenção ofender a ninguém e se alguém tenha se sentido importunado ou ofendido por esta situação, não me custa pedir perdão", disse Lugo, de 57 anos, em uma entrevista coletiva na sede do governo.
"Reconheço ter faltado com a Igreja, com o país, com os cidadãos e com todos que depositaram confiança em mim", acrescentou.
O escândalo afetou a popularidade do presidente, mas Lugo garantiu que não renunciará ao cargo e advertiu aos que conspiram contra o governo que deverão "esperar sentados", já que "o processo que o povo elegeu não sofrerá interrupção alguma até 15 de agosto de 2013".
Numa confissão que agitou o país, pressionado por uma ação judicial, Lugo admitiu ter tido uma relação com a jovem Viviana Carrillo, de 26 anos, da qual nasceu uma criança.
Dias depois, outra mulher de 27 anos entrou com processo contra o chefe de Estado, para que ele reconhecesse uma criança de seis anos, depois de fracassarem negociações com o advogado do presidente para que ele fizesse um exame de DNA no âmbito extrajudicial.
O caso coincidiu com a denúncia de uma docente de 39 anos, Damiana Morán, que garante ter tido há pouco mais de um ano um filho do presidente.
"Sou um ser humano e, portanto, nada humano me é alheio. No momento de pedir perdão por esta circunstância, quero ratificar que minha versão será sempre a verdade, quer ela chegue pela confirmação de desmentidos diretos, quer chegue por via dos trâmites judiciais", disse o governante.
"Não deixarei o povo sem a revelação da verdade quando ela for esclarecida nem me escudarei na privacidade quando chegar o tempo de expressá-la", afirmou.
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